Política
Mourão encerra período de férias e retorna a Brasília, mas sem agenda
O vice-presidente não vai despachar nos próximos dias. Ele só retorna ao trabalho, a princípio, na semana que vem


O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, chegará a Brasília na noite desta segunda-feira, 3, após um período de férias na Bahia. A volta de Mourão à capital federal acontece depois de o presidente Jair Bolsonaro ser internado no hospital Vila Nova Star, em São Paulo, com um quadro de obstrução intestinal. Segundo a assessoria do vice-presidente, porém, a volta dele já estava programada e não tem relação com a internação de Bolsonaro.
Ainda de acordo com a assessoria de Mourão, o vice-presidente não vai despachar nos próximos dias: ele só retorna ao trabalho, a princípio, na semana que vem. A agenda oficial não registra compromissos para esta segunda.
O vice-presidente da República é o primeiro na linha sucessória, e assume o comando do País caso o titular esteja impossibilitado de trabalhar – como no caso de uma cirurgia, por exemplo. Ao Estadão, o médico-cirurgião que acompanha Bolsonaro, Antônio Luiz Macedo, disse que só decidirá sobre a necessidade de um novo procedimento nesta terça-feira, 4, depois de examinar Bolsonaro. “Eu chegando, vou direto ao hospital, vou examinar direitinho e ver se há necessidade de operação ou não”, disse ele.
Nesta segunda-feira, Mourão disse acreditar que Bolsonaro poderá “continuar a exercer suas funções normalmente”, mesmo estando internado. O vice-presidente estava na Base Naval de Aratu, uma instalação da Marinha localizada a apenas 18km do centro de Salvador (BA). Ele descansava no local com a família desde 27 de dezembro.
Mesmo hospitalizado, Bolsonaro não precisa interromper suas atividades, transmitindo o exercício da Presidência da República para Mourão. Foi o que aconteceu na última vez em que ele esteve internado por causa do mesmo problema, em julho deste ano. Segundo o último boletim médico, divulgado pelo hospital Vila Nova Star na manhã desta segunda-feira, o quadro do presidente da República é “estável”.
A nova internação decorre do atentado à faca sofrido pelo então candidato à Presidência em setembro de 2018, durante a campanha eleitoral na cidade de Juiz de Fora (MG).
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