Política

Senadores cobram explicações de Demóstenes Torres

Situação do líder do DEM no Senado se complicou com a divulgação de que teria recebido dinheiro do jogo do bicho

Senadores cobram explicações de Demóstenes Torres
Senadores cobram explicações de Demóstenes Torres
Demóstenes Torres trocou quase 300 telefonemas com Cachoeira, quem deu uma cozinha de 27 mil dólares ao senador e foi preso pela Polícia Federal. A explicação de Torres virou piada na internet. Foto:José Cruz/ABr
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Por Mariana Jungmann*

 

Um grupo de senadores cobraram na terça-feira 26 que o líder do DEM no Senado, Demóstenes Torres (DEM-GO), explique a sua relação com o bicheiro Carlinhos Cachoeira, que está preso. Demóstenes discursou na tribuna do plenário no dia 6 de março e admitiu que era amigo de Carlinhos, mas que não praticou nenhuma atividade ilícita.

“Nós não podemos tapar o sol com a peneira. Esta casa da Federação não terá moral para notificar, para convidar, para intimar qualquer cidadão a depor em suas comissões, se nós não ouvirmos os esclarecimentos do senador Demóstenes”, discursou o senador Pedro Taques (PDT-MT).

O senador Jorge Viana (PT-AC), que manifestou apoio a Demóstenes no início de março, disse que desde o discurso de Torres as coisas “se agravaram muito”. Até o dia 6 de março as denúncias publicadas na imprensa diziam que ele tinha recebido eletrodomésticos de presente de casamento de Carlinhos Cachoeira e trocado centenas de telefonemas com o bicheiro. De lá para cá, novas reportagens apontam que Demóstenes se comunicava com Cachoeira por meio de um telefone habilitado nos Estados Unidos, para evitar grampos. Além disso, há denúncias de que o senador teria recebido dinheiro proveniente do jogo do bicho.

Os senadores Álvaro Dias (PSDB-PR) e Eduardo Braga (PMDB-AM) foram mais cautelosos. Para Dias, o colega de oposição já está sendo investigado e já deu explicações. “Quando nós reivindicamos a presença de um ministro, quando nós encaminhamos à Procuradoria-Geral da República representações, nós o fazemos porque autoridades públicas denunciadas não estão sendo investigadas. Não é o caso do senador. Segundo a imprensa veiculou, esse inquérito tem três anos. A investigação se dá, portanto, há cerca de três anos, e o próprio senador, no dia 6 de março, daquela tribuna, pediu que fosse investigado”.

 

Já para o líder do governo, Eduardo Braga, o caso de Demóstenes não configura quebra de decoro parlamentar e, portanto, não deve ser tratado pela Comissão de Ética do Senado. “Espero que esse processo não seja politizado. Ele é de natureza criminal, não é de decoro. E deve ser tratado na instância correta [o Supremo Tribunal Federal]”.

Um grupo de senadores, entre eles o líder do PT, Walter Pinheiro (BA), encaminhou um pedido à Procuradoria-Geral da República para que ela repasse as gravações grampeadas pela Polícia Federal entre Cachoeira e o senador. Como o procurador-geral Roberto Gurgel ainda não respondeu ao pedido, eles irão pessoalmente na à procuradoria cobrar as gravações.

*Matéria publicada originalmente em Agência Brasil 

Por Mariana Jungmann*

 

Um grupo de senadores cobraram na terça-feira 26 que o líder do DEM no Senado, Demóstenes Torres (DEM-GO), explique a sua relação com o bicheiro Carlinhos Cachoeira, que está preso. Demóstenes discursou na tribuna do plenário no dia 6 de março e admitiu que era amigo de Carlinhos, mas que não praticou nenhuma atividade ilícita.

“Nós não podemos tapar o sol com a peneira. Esta casa da Federação não terá moral para notificar, para convidar, para intimar qualquer cidadão a depor em suas comissões, se nós não ouvirmos os esclarecimentos do senador Demóstenes”, discursou o senador Pedro Taques (PDT-MT).

O senador Jorge Viana (PT-AC), que manifestou apoio a Demóstenes no início de março, disse que desde o discurso de Torres as coisas “se agravaram muito”. Até o dia 6 de março as denúncias publicadas na imprensa diziam que ele tinha recebido eletrodomésticos de presente de casamento de Carlinhos Cachoeira e trocado centenas de telefonemas com o bicheiro. De lá para cá, novas reportagens apontam que Demóstenes se comunicava com Cachoeira por meio de um telefone habilitado nos Estados Unidos, para evitar grampos. Além disso, há denúncias de que o senador teria recebido dinheiro proveniente do jogo do bicho.

Os senadores Álvaro Dias (PSDB-PR) e Eduardo Braga (PMDB-AM) foram mais cautelosos. Para Dias, o colega de oposição já está sendo investigado e já deu explicações. “Quando nós reivindicamos a presença de um ministro, quando nós encaminhamos à Procuradoria-Geral da República representações, nós o fazemos porque autoridades públicas denunciadas não estão sendo investigadas. Não é o caso do senador. Segundo a imprensa veiculou, esse inquérito tem três anos. A investigação se dá, portanto, há cerca de três anos, e o próprio senador, no dia 6 de março, daquela tribuna, pediu que fosse investigado”.

 

Já para o líder do governo, Eduardo Braga, o caso de Demóstenes não configura quebra de decoro parlamentar e, portanto, não deve ser tratado pela Comissão de Ética do Senado. “Espero que esse processo não seja politizado. Ele é de natureza criminal, não é de decoro. E deve ser tratado na instância correta [o Supremo Tribunal Federal]”.

Um grupo de senadores, entre eles o líder do PT, Walter Pinheiro (BA), encaminhou um pedido à Procuradoria-Geral da República para que ela repasse as gravações grampeadas pela Polícia Federal entre Cachoeira e o senador. Como o procurador-geral Roberto Gurgel ainda não respondeu ao pedido, eles irão pessoalmente na à procuradoria cobrar as gravações.

*Matéria publicada originalmente em Agência Brasil 

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