CartaExpressa
Human Rights Watch questiona operação policial em São Gonçalo: ‘Cheia de interrogações’
A organização cobra explicações sobre a demora da Polícia Civil para chegar ao local e o socorro aos feridos
A organização internacional Human Rights Watch se manifestou em nota, nesta segunda-feira 22, sobre a operação policial em São Gonçalo, no Rio de Janeiro, que deixou ao menos oito mortos, segundo informações da Polícia Militar. No texto, a HRW destaca o grande número de mortos e afirma que “trata-se de uma operação mal explicada e cheia de pontos de interrogação”.
“O porta-voz da Polícia Militar disse à imprensa que o Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) conduziu a operação no Complexo do Salgueiro após a morte do sargento Leandro Rumbelsperger da Silva, do 7° BPM (São Gonçalo). Ele disse que houve ‘vários confrontos’ com ‘inúmeros feridos’, inclusive policiais. A Polícia Militar deveria, portanto, esclarecer se acionou o serviço de socorro para atender a todos os feridos e porque não preservou a evidência nos lugares dos tiroteios, especialmente onde houve mortes. A Polícia Civil só chegou no local 15 horas após os tiroteios, segundo a imprensa”, destaca a organização em um trecho.
A HRW também afirmou que o Supremo Tribunal Federal “determinou à polícia que encaminhe ‘comunicação imediata’ ao Ministério Público do Rio de Janeiro sobre qualquer operação, e justifique por escrito a configuração nas ‘hipóteses absolutamente excepcionais'”. Mas, de acordo com a organização, “nem a PM nem o Ministério Público disseram até agora se essa comunicação aconteceu”.
“Investigações adequadas sobre mortes por intervenção policial e responsabilização sobre eventuais abusos são essenciais para coibir a violência policial, que tem consequências desastrosas para as comunidades do Rio, a segurança pública e a própria polícia”, acrescentou Human Rights Watch.
Nesta segunda, o Ministério Público do Rio instaurou um procedimento criminal para investigar a operação e analisar possíveis violações de direitos.
Relacionadas
CartaExpressa
Anielle se filia ao PT e Lula diz que a ministra ‘não tem pretensão de disputar cargo em 2024’
Por CartaCapitalCartaExpressa
TRE do Paraná não afastará desembargadora que já apareceu em foto com Moro
Por CartaCapitalCartaExpressa
CVM instaura processo para investigar notícias sobre a Petrobras
Por CartaCapitalCartaExpressa
Governo inaugura nova fábrica da Hemobras em Pernambuco, com foco em biotecnologia
Por CartaCapitalUm minuto, por favor…
O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.
Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.
Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.
Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.
Assine a edição semanal da revista;
Ou contribua, com o quanto puder.