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Deputados pedem que STF anule rito de votação da PEC dos Precatórios

Parlamentares afirmam que o presidente da Câmara, Arthur Lira, agiu ilegalmente ao permitir participação de quem não estava presente

Deputados pedem que STF anule rito de votação da PEC dos Precatórios
Deputados pedem que STF anule rito de votação da PEC dos Precatórios
O presidente da Câmara, Arthur Lira. Foto: Pablo Valadares/Agência Câmara
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Deputados de diferentes partidos e correntes ideológicas entraram nesta sexta-feira 5, no Supremo Tribunal Federal, com uma ação em que questionam o rito adotado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), na tramitação da PEC dos Precatórios.

No documento, os parlamentares pedem que a Corte anule a votação da emenda aglutinativa que permitiu a participação remota de deputados que estavam em missão oficial na COP 26 e todas as decisões que vieram na sequência.

O argumento de Alessandro Molon (PSB-RJ), Fernanda Melchionna (PSOL-RS), Kim Kataguiri (DEM-SP), Marcelo Freixo (PSB-RJ), Vanderlei Macris (PSDB-SP) e Joice Hasselman (PSL-SP) é que,  de acordo com o regimento interno da Câmara, o parlamentar que desempenhar missão oficial em caráter diplomático ou cultural deve se licenciar e não pode votar matérias analisadas em plenário.

“ Com o exclusivo escopo de assegurar a aprovação da matéria ontem pelo plenário, foi baixado o Ato da Mesa n° 212, de 03 de novembro de 2021, que permitiu a votação remota de parlamentares em missão oficial para a COP26, em Glasgow, na Escócia”, dizem os deputados na ação.

“Caso não seja suspensa a votação da matéria, ela poderá ser considerada aprovada em dois turnos pela Câmara e seguir para o Senado, de forma manifestamente irregular”, acrescentam.

A PEC foi aprovada, em primeiro turno, na noite de quarta-feira 3 por uma margem apertada. A proposta é a aposta do presidente Jair Bolsonaro para viabilizar um Auxílio Brasil de 400 reais.

“Lira está fazendo de tudo para possibilitar a continuidade do governo Bolsonaro, que tem popularidade baixíssima, e para tornar viável a reeleição do presidente. Para isso, está usando manobras que são evidentemente ilegais e abre precedentes perigosos não apenas para esse caso, mas para o funcionamento da Câmara como um todo”, afirmou Melchionna em conversa com CartaCapital.

“Não é a primeira vez que vemos Lira agir de forma antidemocrática. Ele tem atropelado e mudado o regimento para diminuir a possibilidade de resistência da oposição. Não aceitaremos isso calados. A PEC dos Precatórios é vendida por Bolsonaro como uma possibilidade de ajudar os mais pobres, mas é uma mentira. Ela vai apenas abrir ainda mais espaço no orçamento público para as emendas secretas, que estão sendo usadas para comprar votos”, declarou a deputada.

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