Política
Bolsonarista Zé Trovão se entrega e é preso pela Polícia Federal
O caminhoneiro era considerado foragido da Justiça desde o dia 3 de setembro, quando o STF expediu o mandado de prisão


O caminhoneiro bolsonarista Marcos Antônio Pereira Gomes, conhecido como Zé Trovão, se entregou nesta terça-feira 26 à Polícia Federal em Joinville (SC). Ele era considerado foragido da Justiça desde o dia 3 de setembro, quando o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, expediu um mandado de prisão. Segundo nota da defesa, o caminhoneiro “está ao dispor da Justiça para provar sua inocência”.
Em vídeo feito antes de se entregar, o bolsonarista relatou ter saído do Brasil para continuar falando nas redes sociais e incentivando as manifestações do 7 de setembro, que motivaram a sua prisão.
“Nesse 26 de outubro, eu me entreguei à Justiça brasileira, me apresentei à Justiça brasileira, porque, como diz o nosso hino, verás que um filho teu não foge à luta. E eu jamais iria abandonar o povo brasileiro”, afirmou na gravação.
Vídeo que mostra Zé trovão dizendo que iria se entregar: pic.twitter.com/MfxvpGj7jd
— CENTRAL DO MERCADO (@centralmercado_) October 26, 2021
“Em alguns momentos, eu devo ser preso. Eu não vou mais fugir, chega. Eu tô cansado disso, tá? Pra quem não sabe, eu estou no México e a Embaixada brasileira acaba de entrar em contato com o hotel em que eu estou. Então, em alguns momentos, provavelmente, a polícia vem aqui me recolher e vai me levar preso”, afirmou em vídeo.
O bolsonarista defendeu que “todas as bases brasileiras fechem tudo” e não deixem passar nada além de “ambulâncias, oxigênio e remédios”.
“Acabou, não passa mais nada, não passa carro pequeno, não passa mais nada. Estão brincando com a democracia, estão nos tirando para otário e ninguém vai passar o resto da vida nas ruas parado, não. Nos precisamos resolver o problema do Brasil agora, nesta semana”, disse na gravação.
Moraes decretou em 3 de agosto a prisão de Zé Trovão. Desde 20 de agosto, o caminhoneiro também está proibido por ordem judicial de se aproximar de um raio de um quilômetro da Praça dos Três Poderes, em Brasília.
A mesma proibição vale para o cantor Sérgio Reis, o deputado Otoni de Paula e outras nove pessoas que, segundo investigação, defendiam um “levante” em Brasília no 7 de Setembro.
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