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Ricardo Barros ameaça processar todos os senadores que votarem a favor do relatório de Renan
Deputado líder do governo na Câmara consta na lista de pedidos de indiciamento no texto final da CPI da Covid


O deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo do presidente Jair Bolsonaro na Câmara, afirmou nesta quarta-feira 20 que irá processar todos os senadores que votarem a favor do relatório apresentado por Renan Calheiros (MDB-AL) na CPI da Covid.
Barros é uma das 66 pessoas listadas pelo senador no pedido de indiciamento. Contra o deputado pesam as acusações de incitação ao crime, advocacia administrativa, formação de organização criminosa e improbidade administrativa.
A ameaça de processo ocorreu durante a sessão do Conselho de Ética da Câmara, onde ele é alvo de representação por quebra de decoro parlamentar por ter participado da negociação da vacina indiana Covaxin. O pedido de representação foi aberto pelo PSOL.
“A investigação provou que eu não participei, e ele [Renan Calheiros] insiste em fazer uma tese que não tem fundamento nenhum. Vai responder juridicamente. E os outros senadores que votarem a favor do relatório também, na sucessão. Ele eu processo agora, quando ele divulga seu relatório. Os outros eu divulgo depois, quando votarem a favor do relatório dele sabendo que não tem os elementos”, afirmou o líder do governo.
Barros disse que vai levar o caso à Justiça e denunciar Calheiros por abuso de autoridade e denunciação caluniosa. O deputado não esclareceu quais serão os argumentos para denunciar os senadores que votarem a favor do relatório.
Ainda de acordo com Barros, ele seguirá como líder do governo independentemente das acusações do relatório final da comissão de inquérito.
“Estou tranquilo, adorei o relatório, não tem uma vírgula do relatório que me comprometa. Zero. O presidente Bolsonaro já falou em entrevista que eu estou na liderança e conto com a confiança dele para conduzir as questões de governo”, garantiu Barros. “Isso é um circo. Vou repetir, é um circo. E um circo não vai influenciar as decisões do governo”, completou o parlamentar.
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