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Manobras de Trump limitam investigação do Congresso sobre ataque ao Capitólio dos EUA

Várias pessoas próximas ao ex-presidente dos Estados Unidos se recusaram a comparecer à comissão da Câmara dos Representantes

Manobras de Trump limitam investigação do Congresso sobre ataque ao Capitólio dos EUA
Manobras de Trump limitam investigação do Congresso sobre ataque ao Capitólio dos EUA
FOTO: Shealah Craighead/The Official White House)
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Várias pessoas próximas ao ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se recusaram a comparecer à comissão da Câmara dos Representantes que investiga o ataque ao Capitólio em 6 de janeiro deste ano, limitando a possibilidade de que altos funcionários sejam responsabilizados.

Steve Bannon, ex-assessor do bilionário republicano, e o ex-conselheiro de segurança Kash Patel deveriam comparecer na quinta-feira, enquanto o ex-chefe de gabinete Mark Meadows e Dan Scavino, ex-responsável das redes sociais, compareceriam no dia seguinte.

No entanto, ninguém se apresentou depois que Trump mencionou o direito do poder Executivo de manter algumas informações em sigilo para evitar os depoimentos, o que destaca os limites do Congresso para realizar investigações quando os líderes se recusam a prestar contas.

Quem critica a comissão investigadora argumenta que o Congresso não conseguiu impedir que Trump prejudicasse a investigação.

Em várias ocasiões, a comissão prometeu mão dura com aqueles que não comparecerem aos seus depoimentos e anunciou acusações contra Bannon.

Mas até agora a comissão só conseguiu pequenas vitórias. O ex-procurador-geral Jeffrey Rosen, por exemplo, disse em seu depoimento que Trump pressionou para envolver o Departamento da Justiça na campanha de desinformação do ex-presidente sobre a suposta fraude eleitoral.

“Golpe em câmera lenta”

Fiona Hill, pesquisadora da Brookings Institution e ex-assessora do ex-presidente, disse na quarta-feira que o desafio de Trump ao Congresso e suas mentiras sobre a fraude eleitoral são um “golpe de Estado em câmera lenta”

O Congresso tem várias vias legais para impedir as manobras de Trump, mas o outrora astro da televisão também conta com várias opções.

A Suprema Corte determinou que os presidentes têm o direito de manter a confidencialidade de certos documentos e conversas e Trump não é o primeiro a se apoiar nisso.

A primeira vez que essas prerrogativas do Executivo foram usadas foi em 2019, para negar ao Congresso o acesso ao relatório completo do ex-procurador especial Robert Mueller sobre a interferência russa nas eleições americanas.

Mas é o atual inquilino da Casa Branca quem decide quando este direito deve ser aplicado, e não seu antecessor. E Joe Biden rejeitou todas as manobras de Trump até agora.

Esta luta poderia durar meses, inclusive anos, se o ex-presidente, de 75 anos, continuar decidido a rejeitar todas as intimações e, caso necessário, pode chegar até a Suprema Corte.

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