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Para financiar casas a PMs, Bolsonaro corta verbas de programas criados por Moro

Os cortes foram detalhados pelo próprio Ministério da Justiça e Segurança Pública e pelo Ministério da Economia em um parecer

Presidente Jair Bolsonaro e ex-ministro Sergio Moro em cerimônia de lançamento de campanha do pacote anticrime. (Foto: Alan Santos/PR)
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Para bancar o programa Habite Seguro, que oferece bônus e taxas reduzidas para policiais financiarem casas, o governo de Jair Bolsonaro irá cortar recursos de ao menos três projetos criados pelo ex-ministro Sergio Moro e que já estão em andamento.

Segundo reportagem da BBC Brasil publicada nesta sexta-feira 8, o ex-capitão irá reduzir o orçamento do programa ‘Enfrentamento à criminalidade violenta’ de 158 milhões de reais para 64,4 milhões, um corte de 40%. O projeto era uma das principais ‘marcas da gestão’ de Moro.

Com o corte previsto, a implementação de um sistema automatizado de análise balística, que integra o programa, está ameaçada Outro corte promovido por Bolsonaro afetará a ampliação do banco de perfis genéticos. A previsão inicial era de que o projeto recebesse 49,5 milhões de reais, no entanto, terá como orçamento final de 23,8 milhões, ou 51% a menos.

O maior corte ficou para o chamado ‘Sistema Integrado de Coordenação, Comunicação, Comando e Controle’, que teria a disposição 19,5 milhões de reais e passou a ter apenas 8,7 milhões, 55% a menos do que o previsto.

Os valores foram detalhados pelo próprio Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) e pelo Ministério da Economia em um parecer obtido pela BBC.

O governo federal nega que os cortes irão interromper o andamento dos programas da pasta, no entanto, a avaliação de especialistas consultados pela reportagem segue no caminho contrário.

“Esses cortes poderão causar uma ruptura em políticas que vinham sendo executadas”, destacou Renato Sérgio de Lima, presidente do Fórum Nacional de Segurança Pública.

“O problema dos cortes é que isso nos faz pensar em quais são as prioridades do governo em relação à segurança pública”, questionou Carolina Ricardo, diretora-executiva da ONG Sou da Paz.

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