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Investigado, presidente do CFM ataca CPI e diz que não mudará orientação sobre remédios ineficazes
Mauro Luiz de Britto Ribeiro reclamou de suposta ‘narrativa falaciosa adotada’ pelo colegiado


O presidente do Conselho Federal de Medicina, Mauro Luiz de Britto Ribeiro, atacou a CPI da Covid nesta quarta-feira 6, horas depois de ser incluído no rol de investigados da comissão pelo relator, o senador Renan Calheiros (MDB-AL).
“Esta decisão não causa surpresa, diante da narrativa falaciosa adotada pela CPI ao longo de sua existência, transformando a Comissão num palco midiático para embates políticos e ideológicos”, disse Ribeiro em nota enviada ao site G1. Ele afirmou ter, “desde o início desses trabalhos”, se colocado “à disposição da CPI para, em depoimento, esclarecer todas as dúvidas dos parlamentares”.
O fato de os membros da comissão não terem marcado uma data para a oitiva indica, na avaliação do presidente do CFM, que eles “deixaram clara sua opção de dar palanque àqueles que mantém um discurso alinhado com determinada visão, distante da realidade enfrentada pelos médicos na linha de frente contra a covid-19, e não dar voz ao Conselho Federal de Medicina (CFM) como representante daqueles que têm dado o máximo na luta contra essa doença, às vezes com o sacrifício de sua própria saúde ou vida”.
“Diante disso, eu – assim como o CFM – mantenho firme minhas convicções em favor da autonomia do médico e do paciente, princípio milenar hipocrático que é pilar da prática da medicina, o qual deve ser defendido – hoje e sempre – sob qualquer circunstância”, completou Ribeiro.
Ao incluir o presidente do CFM na lista de investigados, Calheiros disse ter tomado a decisão “em função dos fatos verificados” na apuração da CPI.
“Pelo apoio ao negacionismo, pela maneira como deu suporte à prescrição de remédios ineficazes – e os defendeu publicamente – e pela omissão diante de fatos evidentemente criminosos”, declarou o senador na sessão desta quarta.
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