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China quer reduzir taxas de aborto sem razões médicas

Ao contrário de boa parte do resto da Ásia, o aborto é legal e muito acessível no país

China quer reduzir taxas de aborto sem razões médicas
China quer reduzir taxas de aborto sem razões médicas
Criança experimentando óculos de realidade virtual na Light of Internet Expo, que faz parte da Conferência Mundial da Internet, em Wuzhen, no leste da China (Foto: STR/AFP)
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A China pediu, nesta segunda-feira 27, para reduzir os abortos que “não são medicamente necessários”, enquanto o país, o mais populoso do mundo, tenta reativar sua taxa de natalidade e incentivar os casais a terem mais filhos.

O governo publicou novas diretrizes sobre a saúde sexual das mulheres, estipulando que os profissionais da saúde devem “promover os exames pré-matrimoniais, os balanços de saúde pré-gravidez” e “reduzir os abortos que não são necessários medicamente”.

Nenhum detalhe sobre a implementação dessas diretrizes foi informado até o momento.

Ao contrário de boa parte do resto da Ásia, o aborto é legal e muito acessível na China.

Mas após décadas da política do filho único e em um contexto de preferência tradicional pelos meninos, há controles rigorosos para impedir o aborto seletivo em função do sexo.

Isso gerou um desequilíbrio de gênero e o abandono de muitas meninas.

Mesmo com a autorização de um segundo filho desde 2016, a natalidade não foi retomada. No final de maio, a China passou para o limite de três filhos por casal.

Segundo o último censo, a população chinesa estava em 1,411 bilhão de pessoas no final de 2020, com um rápido envelhecimento da população.

Em relação ao censo de 2010, a população aumentou somente 5,38% (ou 0,53% na média anual), a progressão mais baixa desde os anos 1960.

A maioria dos jovens casais chineses não deseja ter três filhos, devido às longas jornadas de trabalho ou de transporte, aos elevados custos de casa e educação e porque – por serem eles mesmos filhos únicos – precisam cuidar de seus próprios pais enquanto eles envelhecem.

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