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Funcionários de Carlos Bolsonaro combinaram depoimentos sobre rachadinha, aponta investigação
Promotores detectaram contradições nas informações prestadas pela família Goes


Investigação do Ministério Público do Rio de Janeiro aponta que ex-funcionários do vereador Carlos Bolsonaro combinaram no próprio gabinete do parlamentar os depoimentos que seriam prestados sobre o caso das rachadinhas. A informação é do jornal O Globo.
De acordo com a publicação, os promotores também detectaram contradições nas informações prestadas pelo militar reformado Edir Barbosa Góes, sua esposa e seus dois filhos quando foram chamados a explicar quais atividades desempenharam para o vereador por quase duas décadas.
Ainda de acordo com o jornal, o depoimento da família foi prestado no dia 5 de novembro de 2019, uma semana depois da data originalmente prevista, 31 de outubro. Isso porque no dia 30, véspera do depoimento, a defesa dos Góes solicitou adiamento da oitiva, alegando precisar de mais tempo para analisar os autos da investigação.
No mesmo dia 30, Edir, Neula, Rodrigo e Rafael compareceram pela manhã ao gabinete de Carlos na Câmara Municipal — à época, apenas o militar reformado constava como assessor parlamentar —, onde permaneceram por cerca de três horas.
Além das contradições nos depoimentos, chamou atenção dos promotores o fato de que Rodrigo de Carvalho Góes chegou a trabalhar simultaneamente em duas farmácias, uma delas em Itaguaí, na Baixada Fluminense, enquanto constava como funcionário de Carlos Bolsonaro.
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