Política

7 de Setembro: Em novo ataque, Bolsonaro diz que ministros do STF têm de ‘entrar nos eixos’

Em Brasília, o presidente estimulou a ofensiva de seus apoiadores e afirmou que ‘não admitirá’ que joguem ‘fora das quatro linhas’

7 de Setembro: Em novo ataque, Bolsonaro diz que ministros do STF têm de ‘entrar nos eixos’
7 de Setembro: Em novo ataque, Bolsonaro diz que ministros do STF têm de ‘entrar nos eixos’
O presidente Jair Bolsonaro no 7 de Setembro. Foto: Reprodução/Redes Sociais
Apoie Siga-nos no

O presidente Jair Bolsonaro voltou nesta terça-feira 7 a estimular ataques ao Supremo Tribunal Federal, em especial aos ministros Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes.

Em conversa com apoiadores antes da cerimônia do Dia da Independência em Brasília, o chefe do Executivo nacional afirmou, sem citar os magistrados, que o Brasil “não pode continuar refém de uma ou duas pessoas”.

“Não interessa onde elas estejam. Esta uma ou duas pessoas (sic) ou entram nos eixos, ou serão simplesmente ignoradas da vida pública. Este é o meu trabalho. Vou continuar jogando dentro das quatro linhas, mas a partir de agora não admito que outras pessoas, uma ou duas, joguem fora das quatro linhas. A regra do jogo é uma só: respeito à nossa Constituição”, disse Bolsonaro, em vídeo transmitido por seus perfis nas redes sociais.

O começo do 7 de Setembro

Militantes pró-Jair Bolsonaro ultrapassaram um bloqueio da Polícia Militar do Distrito Federal e entraram na Esplanada dos Ministérios na noite da segunda-feira 6.

Vídeos compartilhados nas redes sociais mostram que apoiadores do presidente celebraram o ingresso na área. Alguns deles prometeram “invadir o STF” neste 7 de Setembro.

Caminhões, carros e manifestantes que ultrapassaram a barreira chegaram à frente do Palácio do Itamaraty e pararam em um novo bloqueio, próximo ao Congresso Nacional. Esse grupo, que estava parado perto de uma rodoviária, decidiu por volta das 20h pressionar policiais e acessar a área proibida.

O movimento perdeu força no início da madrugada, mas ainda havia apoiadores de Bolsonaro ao lado dos caminhões. Pouco antes, por volta das 22h, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) chegou ao local e subiu em um dos veículos. Ataques ao Supremo Tribunal Federal e ameaças a ministros marcaram as declarações de bolsonaristas no local.

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública do DF afirmou que “manifestantes romperam barreiras de contenção” e descumpriram o acordo.

“A Polícia Militar do Distrito Federal encontra-se no local para reestabelecer a situação. A Praça dos Três Poderes permanece interditada por gradil e linha de policiais”, diz a nota.

Pelas redes sociais, um dos bolsonaristas a celebrar a decisão do grupo de ignorar o acordo com a Polícia foi o ministro da Controladoria-Geral da União, Wagner Rosário.

“Lindo ver Brasília ser tomada por pessoas de bem. Pessoas ordeiras, que só querem viver num país mais justo, mais livre e mais democrático. Tá bonito de ver!!! Viva o 07 de setembro!!!”, escreveu.

A presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, publicou um vídeo no início da madrugada com a mensagem: “O barulhaço causado por bolsonaristas em Brasília é isso, barulhaço. Temos de ter paciência, fleuma agora. Não está na nossa governabilidade nenhuma ação. Querem intimidar. Se pararmos de reproduzir os vídeos deles já ajudaríamos bastante!”.

O deputado Alexandre Frota (PSDB-SP), opositor de Bolsonaro, publicou registros em seu Twitter:

ENTENDA MAIS SOBRE: , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo