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Ex-assessor de Flávio Bolsonaro sacou até 93% do salário em dinheiro vivo, diz jornal
Em entrevista, Marcelo Nogueira revelou que era obrigado a devolver mais de 80% da remuneração que recebia como funcionário do 01


A quebra do sigilo bancário de Marcelo Luiz Nogueira dos Santos, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), revela que ele fazia saques em dinheiro vivo de até 93% da sua remuneração dias depois do pagamento. A informação é do jornal O Globo.
De acordo com a publicação, a remuneração líquida de Marcelo como assessor da Alerj, no ano de 2007, era de aproximadamente 3.500 reais. Ele recebeu pagamentos de seus salários em 9 de janeiro e em 8 de fevereiro. No dia 9 de fevereiro, Marcelo sacou 6.618,55, que representou 93% –ou quase a totalidade– do seu salário dos dois primeiros meses de 2007.
Ainda de acordo com O Globo, em 8 de março, o ex-assessor recebeu um pagamento de 5.002,39 da Alerj. No dia seguinte, fez um saque de 1.625,00. Já 9 de abril, Marcelo foi remunerado em 3.539,87 reais e sacou 3.000,00 dois dias depois, o que representa 85% do salário.
Ainda segundo a publicação, Marcelo recebeu 3.532,49 em 9 de maio e fez um saque de 3.000,00 no dia 15. Em junho, ele fez quatro saques fracionados no valor de 500,00 alguns dias após receber o salário. Em 9 de julho, recebeu 3.532,49 e sacou 3.000,00 no dia seguinte.
Seu último salário pago pela Alerj naquele ano foi em 9 de agosto, no valor de 3.532,49. Houve um saque de 300,00 no dia seguinte e dois saques de 500,00 no dia 21 de agosto.
Em entrevista ao site Metrópoles, Marcelo revelou que era obrigado a devolver mais de 80% da remuneração que recebia como funcionário de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio, na época em que o filho “01” do presidente da República Jair Bolsonaro era deputado estadual.
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