Cultura

Em tempo de rodas e tiriricas

“Plínio Marcos em Prosa e Samba – Nas Quebradas do Mundaréu” é relançado pelas mãos do “garimpeiro” Charles Gavin

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Por André Carvalho

PLÍNIO MARCOS EM PROSA E SAMBA – NAS QUEBRADAS DO MUNDARÉU


Geraldo Filme, Zeca da Casa Verde e Toniquinho Batuqueiro Warner Music

Em 1973, o dramaturgo e teatrólogo Plínio Marcos concebeu o espetáculo Histórias das Quebradas do Mundaréu para celebrar três grandes nomes do samba de São Paulo: Geraldo Filme, Zeca da Casa Verde e Toniquinho Batuqueiro. Lançado em disco pela Chantecler no ano seguinte, Plínio Marcos em Prosa e Samba – Nas Quebradas do Mundaréu, de baixa tiragem, logo se tornou objeto de desejo de colecionadores. Documento histórico do samba paulista, o álbum é relançado pelas mãos do “garimpeiro” Charles Gavin, contando com texto preparado especialmente para a reedição pelo crítico e colaborador de CartaCapital Tárik de Souza.

Plínio Marcos tinha uma paixão especial pelo samba e atuou na valorização de músicos paulistas marginalizados pela indústria cultural, mas celebrados em cordões carnavalescos, escolas de samba e rodas de engraxates. Nesse disco gravado em estúdio, entram em cena artistas populares, representantes de uma linhagem de samba que trazia uma instrumentação e uma linha melódica diferentes daquela de matriz carioca-baiana.

O disco, que conta com o acompanhamento do conjunto Batuqueiros de Vila Santa Isabel, destaca elementos cruciais da história do samba da Pauliceia. Estão presentes a tiririca, prima da capoeira baiana e da pernada carioca, o Largo da Banana, as festas de Pirapora, interior de São Paulo, o samba rural, praticados nos antigos terreiros de café, e as rodas de samba de engraxates da Praça da Sé.

Geraldo Filme é o primeiro a ser apresentado. Figura emblemática do samba paulista, registrou aí sua história. Fragmentos do passado ganham cor e vida com o relembrar das histórias do Geraldão da Barra Funda, como era conhecido. Depois é a vez de Zeca da Casa Verde, herdeiro das tradições das congadas e do samba rural e, finalmente, vem Toniquinho Batuqueiro, morto em 2011, cuja musicalidade também advém das heranças rurais.

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