CartaExpressa

‘Poste-Geral’: USP arquiva representação de Aras contra professor, mas PGR insiste em processo

O chefe do MPF acusou Hübner Mendes de usar ‘termos que exorbitam da crítica ácida para flertar com a calúnia’

Jair Bolsonaro e Augusto Aras. Foto: Evaristo Sá/AFP
Apoie Siga-nos no

A Comissão de Ética da USP arquivou uma representação do procurador-geral da República, Augusto Aras, contra o professor de Direito Constitucional Conrado Hübner Mendes. O chefe do MPF alega que Mendes utilizou, em críticas nas redes sociais, “termos que exorbitam da crítica ácida para flertar com o escárnio e a calúnia”.

Decisão da comissão da USP divulgada nesta quarta-feira 1 pelo jornal Folha de S.Paulo, porém, alerta “para o risco de que altas autoridades da República busquem valer-se das instâncias universitárias para contemplar interesses e demandas estranhos a estas, especialmente o de coibir críticas fundamentadas e legítimas que constituem tanto dever quanto direito de todo e qualquer cidadão, em especial de um professor universitário”.

Na Comissão de Ética da universidade, a decisão foi unânime. Mas Aras segue na pressão sobre Hübner Mendes na Justiça. Na semana passada, o PGR recorreu da decisão de uma magistrada do Distrito Federal que rejeitou uma queixa-crime apresentada por ele contra o professor.

Aras acusa Hübner Mendes de calúnia, injúria e difamação por ser chamado de “Poste-Geral da República” e “servo do presidente”. Segundo a decisão da juíza Pollyanna Martins Alves, entretanto, a liberdade de expressão e a imprensa livre são pilares de uma sociedade democrática, aberta e plural.

No recurso, Aras argumenta que, ao alegar que a manifestação do professor está protegida pela liberdade de expressão, a magistrada não estaria considerando a “inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem das pessoas”.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Relacionadas

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos. A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada da vida em um país minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E seu apoio, leitor, é ainda mais fundamental.

Portanto, se você é daqueles brasileiros que ainda valorizam e acreditam no bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.

Quero apoiar