Cultura
A sereia da América
Esther Williams, a ex-campeã de Natação que, em Hollywood, se tornou a “sereia da América”
Na adolescência em Los Angeles, Esther Williams foi um prodígio da natação. Campeã nacional dos 100 metros nado livre, teria disputado as Olimpíadas de 1940 e 1944, se a Segunda Guerra Mundial não as tivesse cancelado. Em vez disso, foi para Hollywood e tornou-se a “sereia da América”, o que justifica sua modesta autodefinição: “Fui apenas uma nadadora que deu sorte”.
Descoberta por um caçador de talentos da MGM, quando trabalhava numa loja de departamentos, Esther estreou em 1942, contracenando com Mickey Rooney em A Dupla Vida de Andy Hardy. Em seguida vieram os musicais aquáticos, criados pela Metro especialmente para ela. Os mais famosos foram Escola de Sereias (George Sidney, 1944) e A Rainha do Mar (1952). “Ninguém antes tinha feito filmes de natação, de modo que eu inventei todos os meus movimentos”, disse a atriz. Estrelou também musicais fora da água, como A Bela Ditadora (1949), de Busby Berkeley.
Com o declínio do gênero, Esther tentou papéis dramáticos em filmes como Na Voragem de uma Paixão (1956) e E o Circo Chegou (1961), mas suas limitações eram evidentes. Aposentou-se nos anos 60, recusando papéis nos filmes-catástrofe O Destino de Poseidon e Inferno na Torre.
Seguiu vivendo da natação. Criou uma marca de maiôs, vendeu os direitos de seu nome para uma fábrica de piscinas, foi consultora do Comitê Olímpico Internacional para o nado sincronizado.
Republicana convicta, fez campanha para gente como Nixon, Reagan e Bush pai. Aos 91 anos, não tem saudade do cinema: “Tudo o que faziam por mim na MGM era trocar o galã com quem eu contracenava e a água da piscina”.
DVDs
A Escola de Sereias (1944)
O casamento entre um compositor (Red Skelton) e uma professora de ginástica (Williams) é desfeito por conta de intriga. Disposto a reconquistá-la, ele se torna o único aluno dela numa turma só de mulheres. Musical aquático de George Sidney.
A Filha de Netuno (1949)
Nadadora e estilista de maiôs (Williams) tenta impedir a irmã (Betty Garrett) de se envolver
com um latin lover (Ricardo Montalbán). Mas é ela que se apaixona. Comédia de identidades trocadas de Edward Buzzell.
Amor Pagão (1950)
A bela Mimi Bennett (Williams) vive entediada numa ilha paradisíaca do Taiti, com saudades dos EUA. Chega à ilha um professor (Howard Keel) que herdou um coqueiral. O romance é o pretexto para muita dança exótica neste musical de Robert Alton.
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