Mundo
Al-Jazeera: análises sugerem que Arafat foi envenenado com polônio
Os índices da substância no corpo do ex-líder palestinos estavam até 20 vezes maiores que os normais
Análises de amostras retiradas dos restos do histórico líder palestino Yasser Arafat, morto em 2004, realizadas por um laboratório suíço sugerem a hipótese de um envenenamento com polônio, segundo uma cópia do relatório obtida nesta quarta-feira pela rede Al-Jazeera.
“Os resultados das análises sustentam moderadamente a hipótese de que a morte foi causada por um envenenamento com polônio-210”, segundo o texto. “Nós medimos atividades de polônio-210 nos ossos e tecidos até 20 vezes superiores às referências da literatura” médica, escreveram os dez médicos e técnicos, em sua maioria do Instituto de Radiofísica de Lausane.
Uma fonte palestina próxima ao caso confirmou à AFP que a informação revelada pela Al-Jazeera é verdade. Os relatórios das equipes suíça e russa que analisaram amostras dos restos foram entregues às autoridades palestinas, segundo fontes oficiais, que não indicaram as conclusões dos estudos.
A agência oficial palestina Wafa informou que a Agência Federal de Análises Biológicas russa havia entregado seu relatório no dia 2 de novembro, indicando que as conclusões seriam divulgadas posteriormente. Cerca de sessenta amostras foram retiradas em 27 de novembro de 2012 do túmulo do histórico líder palestino em Ramallah, na Cisjordânia, e distribuídas para análise entre três equipes de cientistas suíços, franceses e russos.
Arafat morreu aos 75 anos, em 11 novembro de 2004, em um hospital militar em Paris, para onde foi transferido com a permissão de Israel, que por mais de dois anos manteve um cerco à sede da presidência de Mukata’ah, em Ramallah. As causas da morte não foram elucidadas, e muitos palestinos acusam Israel, que sempre negou o envenenamento.
Essa tese foi revivida com a transmissão de um documentário em julho de 2012 produzido pela Al-Jazeera mostrando quantidades anormais de polônio em pertences pessoais de Yasser Arafat, confiados por sua viúva à rede com sede no Catar, que foram analisadas por um laboratório suíço.
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