Mundo
Presidente do Afeganistão deixa o país e Tabeban retoma o poder
A OTAN estimou que é ‘mais urgente do que nunca’ encontrar uma solução política para o conflito


O presidente do Afeganistão, Ashraf Ghani, deixou o país neste domingo 15 após o grupo Taleban se aproximar da capital Cabul para tomar o poder. A informação foi confirmada pelo o ex-vice-presidente Abdullah Abdullah.
“O antigo presidente afegão deixou o país”, disse Abdullah, que também é o chefe do Alto Conselho para a Reconciliação Nacional, em um vídeo postado em sua página no Facebook.
A Organização do Tratado do Atlântico Norte estimou que é “mais urgente do que nunca” encontrar uma solução política para o conflito. “Apoiamos os esforços dos afegãos para encontrar uma solução política para o conflito, que é mais urgente do que nunca”, disse um funcionário da Otan à AFP.
Os funcionários da embaixada dos Estados Unidos em Cabul foram levados às pressas para o aeroporto, para onde milhares de soldados americanos foram enviados, informou o secretário de Estado, Antony Blinken.
“Transferimos os homens e mulheres de nossa embaixada para o aeroporto. Por esse motivo, o presidente enviou numerosos militares”, explicou à rede ABC.
Os talebans estão muito perto da tomada total do poder no Afeganistão, após uma campanha militar de velocidade surpreendente que os levou até Cabul.
Apesar da retirada precipitada, o chefe da diplomacia americana rejeitou comparações entre a situação em Cabul e a queda de Saigon, no Vietnã, em 1975, reiterando que os Estados Unidos haviam “alcançado seus objetivos” na guerra do Afeganistão.
“Isso não é Saigon”, disse o secretário de Estado à ABC. “Entramos no Afeganistão há 20 anos com uma missão e essa missão era confrontar aqueles que nos atacaram em 11 de setembro. Essa missão foi bem-sucedida”.
O Taleban cercou Cabul após uma ofensiva relâmpago contra as forças do governo, que se mostraram incapazes de controlar o território sem o apoio militar dos EUA.
Se concluírem a captura de Cabul, o grupo radical islâmico retornará ao poder duas décadas depois de ser derrubado pelos Estados Unidos após os ataques de 11 de setembro de 2001.
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