CartaExpressa
Bolsonaro cita ruptura institucional e anuncia ação contra Moraes e Barroso
Presidente reagiu à prisão do aliado Roberto Jefferson e afirmou que ministros do STF ‘extrapolam os limites constitucionais’


O presidente Jair Bolsonaro reagiu, neste sábado 14, à prisão do ex-deputado Roberto Jefferson, detido preventivamente após determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
Desde a sexta-feira 13 aliados do presidente cobravam uma posição do mandatário.
“Todos sabem das consequências, internas e externas, de uma ruptura institucional, a qual não provocamos ou desejamos”, escreveu Bolsonaro em uma rede social.
“De há muito, os ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, extrapolam com atos os limites constitucionais. Na próxima semana, levarei ao Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, um pedido para que instaure um processo sobre ambos, de acordo com o art. 52 da Constituição Federal”, acrescentou o presidente.
Jefferson é acusado de ataques às instituições democráticas após fazer reiteradas postagens na internet e conceder entrevistas em que chama integrantes do STF e do Senado de corruptos. O ex-deputado chegou a incitar a invasão do Parlamento.
Um dos alvos do presidente, o ministro Moraes também ordenou a abertura de uma investigação contra Bolsonaro por vazamento de inquérito sigiloso da Polícia Federal sobre uma invasão hacker ao sistema do Tribunal Superior Eleitoral em 2018.
Com a decisão, o mandatário se tornou alvo de mais uma apuração no âmbito do Inquérito das Fake News.
“Lembro que, por ocasião de sua sabatina no Senado, o Sr. Alexandre de Moraes declarou: “reafirmo minha independência, meu compromisso com a Constituição, e minha devoção com as LIBERDADES INDIVIDUAIS”, continuou Bolsonaro em um post no Twitter.
“O povo brasileiro não aceitará passivamente que direitos e garantias fundamentais (art. 5° da CF), como o da liberdade de expressão, continuem a ser violados e punidos com prisões arbitrárias, justamente por quem deveria defendê-los”, pontuou.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

‘Em nenhum país civilizado um homem como Roberto Jefferson não estaria preso’, diz Lenio Streck
Por Leonardo Miazzo
Moraes contradiz Aras: PGR teve uma semana para se manifestar sobre Jefferson, mas ficou em silêncio
Por CartaCapital
Em áudio, Jefferson ameaça Moraes: ‘A vida vai nos colocar frente a frente, se Deus quiser’
Por Estadão Conteúdo