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Relatório sobre mortes por Covid que Bolsonaro atribuiu falsamente ao TCU foi alterado, diz auditor

O presidente mentiu ao insinuar que o tribunal identificou superdimensionamento nos dados da pandemia

Relatório sobre mortes por Covid que Bolsonaro atribuiu falsamente ao TCU foi alterado, diz auditor
Relatório sobre mortes por Covid que Bolsonaro atribuiu falsamente ao TCU foi alterado, diz auditor
O presidente da República, Jair Bolsonaro. Foto: Reprodução/Redes Sociais
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O auditor do Tribunal de Contas da União Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques, investigado por supostamente produzir um relatório que sugeria superdimensionamento no número de mortes por Covid-19 no Brasil, afirmou em depoimento que o material, citado pelo presidente Jair Bolsonaro, foi alterado.

A oitiva, realizada no fim de julho, foi obtida pelo jornal O Globo e divulgada nesta sexta-feira 13. Marques se disse “totalmente indignado” ao ver o pronunciamento de Bolsonaro.

“Achei totalmente irresponsabilidade o mandatário da Nação sair falando que o tribunal tinha um relatório publicado, que mais da metade das mortes por Covid não era por Covid. Eu achei, bem, uma afronta a tudo que a gente sabe que acontece, a todas as informações públicas, à ciência”, afirmou o auditor, segundo o jornal.

Em 7 de junho, durante contato com apoiadores no ‘cercadinho’ do Palácio da Alvorada, Bolsonaro mencionou um suposto “estudo” do TCU que indicaria que 50% das mortes por Covid-19 em 2020 teriam, na verdade, outras causas. Naquele mesmo dia, o tribunal desmentiu o presidente e informou que o documento não passava de uma análise pessoal feita pelo servidor.

Marques se referiu ao documento como “um arrazoado” que teria sido alterado após ele enviá-lo ao pai, um coronel da reserva que foi colega de Bolsonaro na Academia Militar das Agulhas Negras.

“Eu peguei informações da internet e fiz um arrazoado para gerar uma discussão”, disse ainda o auditor em seu depoimento. Ele afirmou que debateu o material com colegas do TCU, mas não encontrou nenhuma evidência de “conluio” para inflar os dados da pandemia.

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