

Opinião
No caminho para o futuro, Educação e Esporte andam de mãos dadas
O Bolsa Atleta, que em 2020 não teve edital lançado pelo governo, já teve seu orçamento reduzido em quase 20%, desde a última Olimpíada


Nos últimos dias, o Brasil parou para ver a gigante Rebeca Andrade nas Olimpíadas de Tóquio. Medalha de Ouro e de Prata, ela elevou ainda mais o legado brasileiro na ginástica artística e fez história
Assim como ela, muitas crianças podem ter suas vidas transformadas com incentivo ao esporte. Rebeca começou a treinar aos quatro anos em um projeto social de iniciação ao esporte em Guarulhos. Como a educação, o esporte dá perspectivas a crianças e jovens. Ambos são pilares para o futuro. E toda a verba destinada a eles é investimento que garante desenvolvimento social e econômico.
O Brasil já soma 16 medalhas nos Jogos Olímpicos. Conforme avançamos nas competições e nomes se destacam, surgem revelações sobre as reais condições do esporte de alto rendimento no Brasil. Na semana passada, informações levantadas em uma reportagem do Globo Esporte viralizaram no Twitter.
Mais de 40% dos atletas brasileiros nesta edição das Olimpíadas, segundo o levantamento, não possuem patrocínio. Para participarem dos Jogos, 13% deles realizaram “vaquinhas” e financiamentos coletivos. Sem qualquer bolsa, 10% trabalham em outras funções para ter renda. Por exemplo, como motoristas de aplicativos.
O Bolsa Atleta, que em 2020 não teve edital lançado pelo governo Bolsonaro, já teve seu orçamento reduzido em quase 20%, desde a última Olimpíada. Para a próxima geração do esporte brasileiro, sendo assim, os horizontes estão se estreitando. Hoje, um atleta de base tem direito a bolsa menor que mil reais, o que o faz ser necessário ter outra profissão para completar a renda. Aqueles que são estudantes, tem hoje o valor de R$ 370 para dedicar seu tempo ao treino.Vale lembrar que o Ministério do Esporte foi extinto assim que Bolsonaro assumiu a presidência em 2009, e reduzido a uma pasta dentro do Ministério da Cidadania.
O investimento no esporte reduz os índices de criminalidade, por promover mudanças sociais profundas. Assegurado pela Constituição Federal de 1988 como um direito, a formação de base deve estar presente nas escolas de educação básica e também nas políticas públicas para crianças e jovens, para que eles conheçam as modalidades e se desenvolvam, formando um ciclo contínuo de renovação e aprimoramento do esporte.
Nas universidades públicas e privadas, os estudantes podem receber bolsas por meio dessas iniciativas: as instituições podem oferecer bolsas internas e também auxílios, incentivando o esporte e as equipes internas, fortalecendo a Lei de Incentivo ao Esporte ( Lei nº 11.438/06).
Este texto não representa, necessariamente, a opinião de CartaCapital.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.