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O primeiro narco-troféu do presidente mexicano

A “guerra às drogas” de Calderón acabou e seu sucessor já conseguiu prender o chefe do potente cartel Los Zetas. Por Wálter Maierovitch

Fuzileiros navais mexicanos fazem a segurança do quartel-general da Seido, órgão responsável pelo combate aos narcotraficantes no México, na Cidade do México, na terça-feira 16
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Depois da falida política de “war on drugs” do ex-presidente Felipe Calderon, o seu sucessor, Enrique Peña Nieto, consegue, com emprego de um blindado e incorruptível núcleo de inteligência da Marinha militar, prender o chefão do potente e militarizado cartel Los Zetas.

Nieto anunciou, na tarde de terça-feira 16, a prisão de Miguel Angel Treviño, apelidado “Z-40”. A prisão ocorreu em Nova Laredo (fronteira com os EUA), onde três jornalistas já foram assassinados por informarem em seus textos sobre as atividades dos cartéis, a guerra entre eles e a corrupção policial.

Uma das ordens dadas por Treviño, e que ganhou repercussão no mundo afora, foi espalhar, pelas estradas de rodagem mexicanas e dentro de caixas de isopor com gelo, cabeças de pessoas “julgadas” pelo tribunal dos Los Zetas como delatoras. Com a passagem dos automóveis, as cabeças espalhavam-se pelas pistas das rodovias.

Treviño era sucessor de Heriberto Lazcano, alcunhado El Lazca (o Carrasco), morto em outubro de 2012 numa operação da Marinha militar. O corpo de El Lazca foi resgatado, poucas horas depois da sua morte, pelos Los Zetas, numa ação de surpresa. Até agora a polícia não tem informações sobre o lugar onde foi enterrado o corpo de El Lazca.

Pano rápido. Na falida “war on drugs” promovida pelo ex-presidente Calderon, que contou com a colaboração do então presidente americano W. Bush (confira-se Plan Mérida), foram assassinados, entre 2006 e 2012, mais de 70 mil pessoas. Dessas, mais 70% sem antecedentes criminais e dadas como inocentes.

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