Política

Em dia com uma hora de trabalho, Bolsonaro passa 46 minutos no ‘cercadinho’ e volta a fazer ameaças

A seus apoiadores, o presidente disse que ‘o povo vai reagir em 2022’ se o País não adotar o que ele chama de ‘voto impresso auditável’

Em dia com uma hora de trabalho, Bolsonaro passa 46 minutos no ‘cercadinho’ e volta a fazer ameaças
Em dia com uma hora de trabalho, Bolsonaro passa 46 minutos no ‘cercadinho’ e volta a fazer ameaças
Foto: Reprodução
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O presidente Jair Bolsonaro gastou 46 minutos nesta quarta-feira 28 em uma conversa com apoiadores no ‘cercadinho’ do Palácio da Alvorada.

Pela agenda oficial, ele só tem uma hora de trabalho programada para hoje: uma reunião com Pedro Cesar Sousa, subchefe para Assuntos Jurídicos da Secretaria-Geral da Presidência, e outra com Pedro Guimarães, presidente da Caixa Econômica Federal.

Com os militantes bolsonaristas, o presidente insistiu em seu discurso contra as urnas eletrônicas – embora, mais uma vez, não tenha apresentado qualquer evidência para sustentar as alegações. Ele disse que “não tem como acreditar que as eleições são limpas no Brasil”.

“Não podemos admitir que as mesmas pessoas que tiraram Lula e o tornaram elegível vão ser as pessoas que vão contar os nossos votos em um quarto escuro no TSE”, afirmou.

Bolsonaro também declarou que “quem está contra isso [o ‘voto impresso auditável’] está contra a democracia”. Ele ainda tornou a mencionar a possibilidade de distúrbios sociais em 2022 caso essa pauta, que se converteu em sua principal obsessão, não avance no Congresso Nacional.

“O povo vai reagir em 22 se não tivermos eleições democráticas. Todos nós queremos eleições. Temos que ter transparência. Se não for dessa maneira, poderemos ter problemas em 22”, completou o presidente.

Ante os ataques de Bolsonaro, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Luís Roberto Barroso, escalou dois profissionais do alto escalão da instituição para formar um núcleo de monitoramento que reforce a segurança do sistema eleitoral brasileiro.

O ministro definiu como responsáveis a secretária-geral do TSE, Aline Osório, e o secretário de tecnologia da instituição, Julio Valente. Juntos, eles terão a função de dar continuidade e aprimorar a campanha contra a circulação de notícias falsas que desinformam sobre as eleições e a urna eletrônica. Atualmente, o tribunal veicula notícias em seu site com o intuito de desmentir conteúdos tendenciosos envolvendo a instituição, sobre a eleição e a urna eletrônica.

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