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Morre Alexandre Lavout, dissidente russo que lutou pelos direitos humanos na URSS

O ex-preso político foi companheiro de luta do prêmio Nobel da paz Andrei Sakharov e participou da principal publicação clandestina que apontava as violações de direitos humanos na URSS

Morre Alexandre Lavout, dissidente russo que lutou pelos direitos humanos na URSS
Morre Alexandre Lavout, dissidente russo que lutou pelos direitos humanos na URSS
O dissidente socialista Alexander Solzhenitsyn com o livro Arquipélago de Goulag, em Paris em 1975
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MOSCOU (AFP) – O dissidente Alexandre Lavout, companheiro do prêmio Nobel da paz Andrei Sakharov na luta pelos direitos humanos na União Soviética e ex-preso político, morreu neste domingo 23 em Moscou, aos 83 anos, informaram à AFP fontes ligadas à família.

Especialista em matemática e geofísica, Alexandre Lavout foi condenado em 1980 a 3 anos de trabalhos forçados pela “divulgação de calúnias anti-soviéticas”, por sua participação na principal publicação clandestina da dissidência que apontava as violações de direitos humanos na URSS.

Ele também foi acusado de ter distribuído o Arquipélago Gulag, de Alexandre Soljenitsyne, em publicações datilografadas proibidas.

No final da pena, Alexandre Lavout foi preso novamente, desta vez condenado a 5 anos de prisão domiciliar em uma vila da região de Khabarovsk, no extremo Oriente russo, a cerca de 6.700 km de Moscou.

Lavout também fez parte do primeiro grupo organizado da dissidência, o grupo da iniciativa pela Defesa dos direitos do homem, criado em 1969. Ele contribuiu muito para tornar conhecido no Ocidente o destino dos tártaros da Crimeia, deportados por Stalin na Ásia central e impedidos de voltar a Crimeia até a queda da União Soviética, em 1991.

“É difícil medir o que ele fez para recolher e divulgar informações da luta pelos direitos humanos em nosso país. Alexandre Lavout teve a coragem de assumir sua posição de cidadão que se opões ao mal e à violência”, escreveu o acadêmico Sakharov após a condenação de Lavout.

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