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Rebeldes sírios dizem ter recebido armas modernas
Grupo teve acesso a “arsenal dissuasivo”, com armas anti-aéreas, antitanques e munições. Não foram revelados quais paísem enviaram os armamentos


BEIRUTE (AFP) – Rebeldes sírios receberam recentemente, dos países que apoiam a oposição, uma quantidade indefinida de armas modernas, que podem mudar o curso da batalha contra as tropas do regime, afirmou um porta-voz do Exército Sírio Livre (ASL).
Louai Moqdad, coordenador político e de comunicação do ESL, também afirmou que a rebelião espera que o grupo dos Amigos da Síria, que se reunirá no sábado em Doha, anuncie oficialmente a decisão de armar os rebeldes. “Recebemos algumas armas modernas, algumas que havíamos pedido e que acreditamos que podem mudar o rumo da batalha no terreno”, indicou Moqdad.
“Começamos a distribuí-las nas frentes de batalha, e elas logo estarão nas mãos de oficiais profissionais e de combatentes”, afirmou o porta-voz do ESL, principal força da oposição armada.
Ele recordou que a rebelião pediu um “arsenal dissuasivo”. “Trata-se de armas anti-aéreas e antitanques, assim como munições”, acrescentou, sem mais precisões.
Na véspera, já havia mencionado mísseis terra-ar de curto alcance MANPAD, mísseis antitanques, morteiros e munições. “Algumas armas já chegaram, outras devem chegar aos poucos, nos próximos dias”, ressaltou Moqdad. “Estas armas serão utilizadas com o único objetivo de combater o regime de Bashar al-Assad.”
Segundo o porta-voz, os rebeldes se comprometeram a reunir as armas após a queda do regime.
Este anúncio acontece na véspera de uma reunião do grupo de Amigos da Síria em Doha para coordenar a ajuda, incluindo militar, à oposição. “Estamos otimistas porque a comunidade internacional finalmente decidiu proteger o povo sírio e os civis sírios e de armar o ESL”, firmou Moqdad.
Ele declarou que a rebelião espera “um anúncio claro e oficial pelos países participantes (da reunião em Doha) sobre armar o ESL”. “Esperamos que esses países continuem a respeitar seus compromissos”, prosseguiu, sem mencionar os países “amigos e irmãos” que lhes forneceram armas.
“Temos informações que nos próximos dias iremos receber novos carregamentos de armas que irão mudar o curso da batalha e a equação da morte imposta por Bachar al-Assad”, ressaltou.
Questionado sobre a presença do chefe de Estado-Maior do ESL, o general Sélim Idriss, na conferência de Doha, Moqdad respondeu que “até o momento, nossa presença não é necessária” porque “todos os países estão cientes das demandas claras da oposição após os vários encontros com o general Idriss”.
A rebelião reclama armas pesadas para proteger as zonas civis do poderio do regime, desde a militarização do conflito.
Até o momento, os países ocidentais estão reticentes em fornecer armas aos rebeldes por medo que caiam nas mãos de extremistas como a Frente jihadista Al-Nusra.
Mas o avanço do Exército sírio, apoiado pelo Hezbollah xiita libanês, e a reconquista pelo regime do reduto rebelde de Qousseir na fronteira com o Líbano, convenceram esses países a reverem seus planos.
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