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Guaidó diz ter sido alvo de tentativa de sequestro; ministro de Maduro nega e sugere contradição

O episódio foi relatado originalmente nas redes sociais pela esposa do autoproclamado ‘presidente’, Fabiana Rosales

Juan Guaidó, autoproclamado presidente interino da Venezuela. Foto: Federico Parra/AFP
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Juan Guaidó, opositor do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, relatou uma tentativa de sequestro por parte de militares que apoiam o governo. Oficiais das Forças Especiais da Polícia Nacional Bolivariana teriam invadido, armados, o estacionamento do prédio em que Guaidó mora, em Caracas, na segunda-feira 12, e tirado à força o motorista do carro em que o opositor estava.

O relato foi publicado originalmente pela esposa de Guaidó, Fabiana Rosales, no Twitter.

“Funcionários das Faes estão na minha casa, entraram na minha residência. O regime de Maduro quer deter o presidente Juan Guaidó”, escreveu ela, reforçando o posto do marido como autodeclarado presidente interino.

Um vídeo que circula nas redes sociais, publicado pela emissora colombiana NTN24, foi gravado dentro do carro e mostra o momento em que os supostos militares do governo abordam Guaidó.

Guaidó declarou à imprensa, em seguida, que a invasão teria ocorrido após o sequestro de outro deputado da oposição, Freddy Guevara. Nas redes sociais, Guaidó disse que Guevara está desaparecido.

“Diferentemente de Freddy, que se encontra desaparecido, a presença dos vizinhos e cidadãos que foram à minha residência repeliu essa intimidação e a tentativa de me sequestrar”, escreveu. “Isso nós devemos replicar sempre para enfrentar a ditadura: união e mobilização.”

Nesta terça-feira 13, o presidente da Assembleia Nacional, Jorge Rodríguez, rebateu as declarações.

O chavista afirmou que Guevara não está desaparecido, mas preso por envolvimento no caso “Cota 905”, nome de um dos bairros controlados por facções criminosas de Caracas, segundo o governo. Os grupos estariam operando narcotráfico na zona da capital e realizando extorsões e sequestros.

Segundo Rodríguez, Guevara e Leopoldo López, famoso opositor de Maduro que hoje está na Espanha, comunicavam-se por WhatsApp sobre instruções relacionadas ao financiamento e o fornecimento de armas para uma gangue aliada. O presidente da Assembleia Nacional exibiu prints como provas durante coletiva de imprensa.

Rodríguez também aponta Guevara como um dos envolvidos nos planos de 7 de julho, data em que ocorreria um atentado contra Maduro. O presidente da Venezuela já foi alvo de ataques. Em 4 de agosto de 2018, drones explodiram repentinamente em um evento militar em Caracas no qual Maduro discursava, mas ele não ficou ferido. Em 22 de junho deste ano, o governo relatou o lançamento de quatro drones contra uma atividade do presidente em Carabobo. O ato, porém, teria sido neutralizado pelo serviço de inteligência.

O ministro da Cultura, Ernesto Villegas Poljak, sugeriu que o relato de sequestro de Guaidó seria mentiroso e disse haver contradição entre a data da publicação da esposa do opositor e a data registrada nos vídeos do circuito interno do edifício.

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