CartaExpressa
Roberto Dias nega que indicação em cargo de confiança seja de Ricardo Barros
Dias foi servidor do governo paranaense durante a gestão de Cida Borghetti (Progressistas), mulher de Barros


O ex-diretor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde Roberto Ferreira Dias negou à CPI da Covid que a indicação sua para um cargo de confiança na pasta partiu do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (Progressistas-PR). Ele admitiu que tem relação com Barros em razão do cargo que ocupou no Paraná. Ferreira Dias foi servidor do governo paranaense durante a gestão de Cida Borghetti (Progressistas), mulher de Barros.
Para ocupar posto-chave no Ministério da Saúde, o ex-diretor diz ter sido indicado pelo ex-deputado Abelardo Lupion (DEM-PR). “Mandetta (ex-ministro da Saúde) recebeu meu currículo das mãos de Abelardo Lupion”, disse, lembrando que conheceu Lupion quando trabalhou em empresa no Paraná.
“A cada troca de ministros, eu fui mantido no cargo”, afirmou ele ao comentar sobre por quais motivos continuou no cargo, atribuindo essa decisão as “ações que estavam em andamento. Pazuello me disse ‘estou subindo montanha e você é pessoa que conhece o caminho'”, relatou Dias aos senadores.
Ele afirmou desconhecer que houve pedido de demissão sua por parte do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello. Já sobre a indicação pelo presidente Jair Bolsonaro a uma vaga na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no ano passado – retirada pouco tempo depois – Roberto Dias afirmou que o pedido para ingressar na Anvisa foi feito a Pazuello porque ele estaria “cansado da rotina no Ministério da Saúde”.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Ricardo Barros tentou ocultar R$ 2,2 milhões, acusa Receita
Por CartaCapital
Os rolos que fazem de Ricardo Barros, líder do governo, o alvo central da CPI da Covid
Por André Barrocal
Omar Aziz afirma que CPI da Covid não terá recesso
Por CartaCapital