Política
Helder Barbalho disputará segundo turno com Márcio Miranda no Pará
Expectativa era que filho de Jader e ex-ministro de Temer levasse o governo do estado já no primeiro turno


Helder Barbalho (MDB) disputará o segundo turno com Márcio Miranda (DEM) pelo governo do estado do Pará. A expectativa era que o emedebista levasse já no primeiro turno, o que acabou não acontecendo. Barbalho obteve 47,7% dos votos e Miranda, 30,2%.
Helder é filho e herdeiro político de Jader Barbalho (MDB), senador e ex-governador do estado. No ano passado, reportagem da revista Época revelou que eles teriam recebido R$ 7 milhões em propina da JBS — R$ 6 milhões para o pai e R$ 900 mil para o filho. Atualmente, ambos são alvo de investigação da procuradora-geral da República, Raquel Dodge.
O filho também foi citado nas delações da Odebrecht como recebedor de R$ 1,5 milhão em caixa dois, nas eleições de 2014. Nas duas ocasiões, ele negou ter cometido irregularidades e afirmou que se tratavam de doações legais na legislação da época, que permitia repasses de empresas a candidatos.
Helder Barbalho foi duas vezes ministro no governo Dilma e uma no governo Temer. Ele dirigiu as pastas da Pesca e Aquicultura, a Secretaria Nacional dos Portos e da Integração Nacional, nessa ordem.
O principal motor da candidatura de Helder foi a verba pública: em dois anos como ministro da Integração Nacional, entregou 270 equipamentos para prefeituras paraenses, o que ajudou a consolidar apoios locais ao seu nome no interior.
Antes disso, ele foi duas vezes vereador e prefeito de Ananindeua, a segunda maior cidade do Pará. Helder já tinha sido candidato ao governo do estado em 2014, mas perdeu no segundo turno para Simão Jatene (PSDB).
Eleito, o novo governador deverá compor seu governo com partidos do Centrão, como PP, PRB, PR, PSC, PTB, PHS, PMB, PODE, DC, PTC, PATRI, PSD, AVANTE, PSL e PROS, que se somaram ao MDB na coligação “O Pará daqui pra frente”. Seu vice-governador é Lúcio Vale, do PR.
A vitória de Barbalho marca o retorno do MDB ao governo do estado. A última vez que o partido comandou o Pará foi de 1991 a 1994, na gestão de seu pai.
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