Política

Renan: ‘Nenhuma plantação anula o que se provou sobre o escândalo Covaxin’

Comando da CPI da Covid reage ao depoimento de suposto vendedor que acusou o governo de cobrar propina em vacinas

Renan: ‘Nenhuma plantação anula o que se provou sobre o escândalo Covaxin’
Renan: ‘Nenhuma plantação anula o que se provou sobre o escândalo Covaxin’
Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado
Apoie Siga-nos no

O comando da CPI da Covid reagiu nesta quinta-feira 1 ao depoimento do policial militar e suposto representante da Davati Medical Supply no Brasil, Luiz Paulo Dominguetti, que reafirmou a acusação de que o ex-diretor de Logística do Ministério Roberto Dias pediu propina de 1 dólar por dose de vacina.

Na oitiva, Dominguetti tentou envolver o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF), que depôs à comissão na última sexta-feira 25. O suposto vendedor de vacinas exibiu um áudio em que Miranda trata da compra de algum produto. Após o episódio, a CPI determinou a apreensão do celular de Dominguetti.

A jornalistas, Miranda se defendeu e afirmou que a gravação se refere a uma negociação para compra de luvas. Segundo o deputado, o áudio foi enviado em 15 de outubro de 2020. “Resta saber quem plantou esse cara na CPI”, disse Miranda.

Para o relator da comissão, Renan Calheiros (MDB-AL), “nenhuma plantação desfaz ou anula o que já se provou sobre o escândalo Covaxin/Precisa, com todas as digitais inapagáveis do governo, do alicerce ao acabamento”.

“Aliás, quando o presidente Bolsonaro irá desmentir o envolvimento do seu líder?”, questionou Renan nas redes sociais, em referência ao deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara, que foi citado por Luis Miranda em depoimento.

Para o vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), o depoimento desta quinta deixou “claro o esforço para distanciar do Governo o Sr. Roberto Ferreira Dias, ex-diretor do MS, acusado de cobrar PROPINA para a aquisição da vacina”. A publicação foi feita nas redes sociais.

Segundo Randolfe, “é bom lembrar que o presidente o nomeou para o cargo de confiança na Anvisa” e “a relação dos dois é evidente”.

Diante da confusão apresentada por Dominguetti na oitiva e da tentativa de envolver o deputado Luis Miranda, senadores da CPI lançaram dúvidas sobre as motivações do depoente. “Essa testemunha foi plantada. Está em situação flagrancial do artigo 342. Tem que dar voz de prisão”, defendeu Fabiano Contarato (Rede-ES).

O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) chegou a protocolar um pedido de prisão de Dominguetti, mas a demanda não foi aceita pelo presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM). Pelas redes sociais, Aziz indicou que, embora não tenha sido preso pela CPI, Dominguetti pode sofrer essa punição como conclusão de um inquérito.

“Tudo aqui vai ser encaminhado ao Ministério Público. Todo crime será punido. Não tenham dúvidas”, disse Aziz.

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo