Política

Renan Calheiros chama Bolsonaro de compulsivo veiculador de fake news

Para o relator da CPI da Covid, houve prevaricação do presidente no suposto esquema de corrupção na compra da vacina indiana Covaxin

Renan Calheiros chama Bolsonaro de compulsivo veiculador de fake news
Renan Calheiros chama Bolsonaro de compulsivo veiculador de fake news
O senador Renan Calheiros (MDB-AL). Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado
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O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid, Renan Calheiros (MDB-AL), reforçou nesta terça-feira 29 que houve prevaricação do presidente Jair Bolsonaro no suposto esquema de corrupção na compra da vacina indiana Covaxin. O contrato é investigado pela CPI após o depoimento do deputado Luis Miranda (DEM-DF), que disse ter alertado o chefe do Planalto sobre o caso.

O líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), apresentou uma questão de ordem na CPI questionando o ato feito pelo vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que encaminhou uma notícia-crime ao Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo a abertura de inquérito para investigar se Bolsonaro cometeu crime de prevaricação. O ofício também foi assinado pelos senadores Fabiano Contarato (Rede-ES) e Jorge Kajuru (Podemos-GO).

“A notícia-crime ora em análise não detém aptidão mínima nem justa causa idônea para seu devido prosseguimento”, afirmou o governista. A representação dos senadores foi encaminhada para a Procuradoria-Geral da República, responsável por investigar o presidente da República em caso de crime comum. “A sua questão de ordem não é para cá, é para outro ambiente. Não é para a CPI” disse o presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), que também já afirmou que Bolsonaro prevaricou no caso.

 

Na versão do líder do governo, Bolsonaro acionou o então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, para apurar a denúncia de Luis Miranda no dia 22 de março. No dia seguinte, Pazuello foi exonerado do cargo. De acordo com Bezerra, coube ao ex-secretário-executivo do ministério Elcio Franco apurar os indícios – que verificou não haver irregularidades contratuais.

O relator da CPI apresentou uma linha do tempo reforçando a participação de Bolsonaro na Covaxin. Documentos enviados para a comissão mostram que o chefe do Planalto enviou uma carta, no dia 8 de janeiro, pedindo 20 milhões de doses para a Índia enquanto recusava a oferta de 170 milhões de doses da Pfzier, do Butantan e do consórcio Covax Facility.

O acordo para compra da Covaxin foi fechado no dia 25 de fevereiro. A medida provisória que abriu caminho para a aquisição, por sua vez, foi assinada no dia 10 de março, antes da conversa entre Bolsonaro e Luis Miranda.

“É muito mais grave o que envolve o presidente da República porque ele não só teve conhecimento, ele participou em todos os momentos”, disse Renan, discutindo com o líder do governo, para quem o relator estava antecipando um posicionamento sem investigar. “Seria o caso deste contumaz e compulsivo veiculador de fake news recuperar um pouco a sua memória”, afirmou Renan.

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