Cultura

Djamila Ribeiro é a primeira brasileira da história a receber o BET Awards

Djamila foi reconhecida pelo trabalho intelectual pela equidade de raça e gênero, além de disseminar produções críticas de pessoas negras

Djamila Ribeiro é a primeira brasileira da história a receber o BET Awards
Djamila Ribeiro é a primeira brasileira da história a receber o BET Awards
Djamila Ribeiro. Foto: Helena Wolfenson
Apoie Siga-nos no

Ontem, 27, a escritora, editora e ativista Djamila Ribeiro se tornou a primeira pessoa brasileira a ser laureada no BET Awards, o maior prêmio da comunidade negra estadunidense. Djamila foi consagrada na categoria Global Good, fazendo companhia ao cantor estadunidense Akon, à ativista francesa Assa Traoré, à cantora e ativista sul-africana Yvonne Chaka, entre outras pessoas.

Ao contrário de outras categorias em que houve votação, na categoria Global Good a pessoa laureada é escolhida pelo próprio BET. A razão apontada pela premiação para a escolha de Djamila se deve ao seu trabalho intelectual pela equidade racial e de gênero no Brasil, como também pelo seu trabalho editorial que visibiliza produções críticas feitas por pessoas negras no país e no exterior, beneficiando toda a comunidade negra global.

Em suas redes sociais, a filósofa, que compôs os quadros de colunista de CartaCapital durante anos, colecionando seus artigos mais célebres na obra “Quem tem medo do Feminismo Negro?” (Companhia das Letras), celebrou a premiação.

“Fico muito feliz pelo reconhecimento, sobretudo vindo de um canal internacional voltado para a cultura negra. Um prêmio a uma mulher preta brasileira reconhecida por seu trabalho intelectual, mas também por democratizar o acesso a epistemologias negras com seu trabalho editorial que, coletivamente, visibilizou narrativas fundamentais. Não é fácil, é uma longa caminhada, muitas vezes com percalços. Não é fácil ser uma mulher negra retinta nesse país, mas não trocaria minha jornada por nada. Viva Exu, viva Ogum e viva Oxóssi!”, afirmou.

Os artistas brasileiros Emicida e MC Dricka também foram indicados na mesma cerimônia. Emicida concorreu na categoria Melhor Artista internacional, na qual saiu vencedor o cantor nigeriano Burna Boy. Já MC Dricka representou o país na categoria Escolha da Audiência – Revelação Internacional, que, por votação do público, laureou a cantora britância Bree Runway. Nos últimos anos, a cantora MC Soffia e o rapper Djonga já haviam sido indicados, porém nenhum brasileiro jamais havia ganhado o prêmio.

Na mesma edição que premiou Djamila Ribeiro, a artista Queen Latifah foi homenageada por sua carreira vitoriosa.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo