CartaExpressa
‘Sentimento de perplexidade’, diz o decano do STF após o Exército livrar Pazuello
‘Aprende-se que disciplina e hierarquia são a medula óssea das Forças Armadas’, declarou o ministro Marco Aurélio Mello


O ministro Marco Aurélio Mello, decano do Supremo Tribunal Federal, disse nesta quinta-feira 3 que “o sentimento é de perplexidade” ante a decisão do Exército, anunciada nesta tarde, de livrar o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello de qualquer punição por comparecer a um ato político com o presidente Jair Bolsonaro.
Segundo o ministro do STF, a postura do Exército, cujo impacto ainda não se pode mensurar, abre um “preocupante precedente” e contraria princípios fundamentais para as Forças Armadas. A declaração foi feita em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo.
“Aprende-se que disciplina e hierarquia são a medula óssea das Forças Armadas. Nesta ordem, disciplina e hierarquia”, acrescentou Marco Aurélio.
Em transmissão ao vivo nas redes sociais nesta quinta, Bolsonaro tentou argumentar que o ato no Rio de Janeiro com o general Pazuello não teve caráter político.
“Foi um movimento de motociclistas, pela liberdade e em apoio ao presidente Jair Bolsonaro. Alguma coisa política nisso? Tinha alguma bandeira vermelha lá? Acho que ninguém tem coragem de levantar uma bandeira vermelha no meio daquele povo. Tinha alguma bandeira de partido político? Nada”, disse o ocupante do Palácio do Planalto na live.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Exército decide não punir Pazuello por participar de ato com Bolsonaro
Por Giovanna Galvani
Ao salvar Pazuello, Exército abre a porteira para a politização dos quartéis, alerta Celso Amorim
Por Leonardo Miazzo
‘Não irei comentar por questão de disciplina intelectual’, diz Mourão após Exército salvar Pazuello
Por CartaCapital