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Exército começou produzir cloroquina antes da indicação do Ministério da Saúde

O anúncio foi feito pelo presidente Jair Bolsonaro em suas redes antes da própria pasta

Exército começou produzir cloroquina antes da indicação do Ministério da Saúde
Exército começou produzir cloroquina antes da indicação do Ministério da Saúde
O presidente Jair Bolsonaro exalta a cloroquina. Foto: AFP
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Um dos temas investigados pela CPI da Covid do Senado Federal é a produção e indicação de cloroquina para o tratamento da Covid-19. Em um ofício envido à Comissão, o Ministério da Defesa afirmou que começou a produzir o medicamento a pedido do Ministério da Saúde.

A informação, no entanto, não é verdadeira. Segundo o jornal O Globo, documentos enviados à CPI pela própria pasta mostram que o processo de compra de insumos para a produção de Cloroquina ocorreu antes que a droga passasse a ser orientada pelo Ministério da Saúde.

A primeira dispensa de licitação para a compra dos insumos a fim de viabilizar a produção dos comprimidos de cloroquina ocorreu no dia 20 de março e os empenhos de pagamento foram feitos no dia 23.

No dia 21, Jair Bolsonaro anunciou o aumento da produção da droga nas suas redes sociais, relatando reunião com o então ministro da Defesa Fernando Azevedo e Silva, sem fazer menção a Mandetta ou à Saúde.

E só no dia 27 a Saúde editou a nota que recomendava o uso de cloroquina apenas em pacientes com a forma grave da Covid-19.

Dados de 2020 indicam que o Exército já gastou pelo menos 1,1 milhão de reais na fabricação de cloroquina, produzindo três milhões de doses. Considerando o consumo de anos anteriores à epidemia de Covid-19, esse estoque seria suficiente para 18 anos.

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