Economia

“Há 20 anos, a inflação semanal brasileira era maior que o nível anual de hoje”, diz André Esteves

Em evento de CartaCapital, presidente do BTG Pactual pede comedimento em relação a críticas sobre pressão inflacionária no Brasil

“Há 20 anos, a inflação semanal brasileira era maior que o nível anual de hoje”, diz André Esteves
“Há 20 anos, a inflação semanal brasileira era maior que o nível anual de hoje”, diz André Esteves
André Esteves, presidente do BTG Pactual
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O presidente do banco de investimentos BTG Pactual, André Esteves, pediu nesta terça-feira 7 comedimento em relação às análises econômicas de que o Brasil vive um período de deterioração das contas externas e pressão inflacionária. “Precisamos ver uma dimensão histórica. Há 20 anos, a inflação semanal brasileira era maior que 5,5%, o nível anual de hoje”, disse durante o Fórum de Economia organizado por CartaCapital, em São Paulo.

O banqueiro também ressaltou ser normal a queda da Selic para patamares mais baixos e eventuais aumentos, como o anunciado pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central em abril. “O importante é ver que há 15 anos a alta na taxa de juros era maior que a taxa nominal atual. Em qualquer ciclo a alta era de no mínimo 7,5%”, afirmou. “Agora o nível é normal, como em outras economias.”

Esteves ainda rebateu o pessimismo mundial em relação a este momento da economia brasileira. Segundo ele, o País vive uma transformação estrutural positiva com a saída de 40 milhões de pessoas da pobreza e sua entrada na classe média. “O Brasil tem condições de seguir neste rumo por duas ou três décadas para fazer a mesma transformação dos EUA, trazendo a maioria da população para a classe média. Esse é um país, como nos EUA, onde a mobilidade social é possível.”

O banqueiro também ressaltou a importância do BNDES como um dos motores da economia brasileira, impulsionando os investimentos dos empresários na indústria. Esteves acredita, porém, que o banco precisa reduzir sua atuação para não perder seu efeito. “Hoje, o BNDES está grande demais, o que cria distorções no mercado. Algumas funções dele podem ser deixadas com o mercado.”

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