Economia

O BNDES e o mercado de capitais

O banco não pretende concorrer com o mercado de capitais. Considera-o um parceiro

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Respondendo aos pontos levantados pela coluna na semana passada, o BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) não pretende concorrer com o mercado de capitais. Pelo contrário: considera-o um parceiro indispensável no financiamento de longo prazo.

No entanto, segundo as avaliações do banco, ainda são muito limitadas as fontes internas.

As taxas que o mercado cobra  têm como referência  Selic. No curto prazo, todos os cálculo da TIR (Taxa Interna de Retorno) tomam por base a Selic. A TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo) do banco aumenta a competitividade das empresas.


A possibilidade do cliente arbitrar taxas (tomar em TJLP e aplicar em Selic) é bastante mitigada devido ao modelo de desembolso do banco, amarrado à comprovação do investimento.


A captação no mercado externo é bastante onerosa devido ao risco cambial. Os custos só são competitivos no caso de investimentos naturalmente hedgeados (cujos preços são regidos pelo câmbio) – caso de investimentos em produtos exportáveis.


No caso da infraestrutura, o risco cambial é mais acentuado. Quanto maior o risco e o custo do hedge, mais cara a captação. O grande problema na captação de investimentos externos para a infraestrutura é saber como será tratado o risco cambial. Em 1982 houve um terremoto, e Delfim Neto acabou estatizando toda a dívida privada, para evitar uma quebradeira generalizada.

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Segundo o banco, a prova de que busca a cooperação do mercado está na recente operação da Marfrig, outro frigorífico contemplado com megafinanciamentos. Na semana passada, os problemas de capitalização da Marfrig foram resolvidos em uma captação bem sucedida no mercado internacional.

Nesse episódio, o papel do banco foi segurar a onda de renegociação da dívida da companhia, dois meses atrás, trabalhando em conjunto com o mercado de capitais. Esse trabalho prévio deu as bases para que a emissão externa fosse bem sucedida.

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