Sociedade

Mãe de Miguel não é informada sobre depoimento de testemunha da morte do filho

Defesa de Mirtes afirma que a testemunha foi ouvida apenas na presença dos advogados de Sari Corte Real, denunciada por abandono de incapaz

Mãe de Miguel não é informada sobre depoimento de testemunha da morte do filho
Mãe de Miguel não é informada sobre depoimento de testemunha da morte do filho
(Foto: Reprodução/Instagram)
Apoie Siga-nos no

A defesa de Mirtes Renata de Souza, mãe de Miguel Otávio, 5 anos, que morreu há quase 1 ano após cair do 9º andar de um condomínio de luxo em Recife (PE), pediu na segunda-feira 03 que seja anulado um depoimento concedido no inquérito, pois Mirtes não foi informada de que ele ocorreria.

Segundo nota enviada à imprensa pela defesa de Mirtes, a testemunha foi ouvida sem a presença dos advogados e da mãe de Miguel. Na audiência, havia apenas a defesa de Sari Corte Real, denunciada pelo Ministério Público de Pernambuco por abandono de incapaz com resultado morte, assim como um representante do MP-PE.

O fato gera nulidade processual, argumenta a defesa de Mirtes, porque mina a possibilidade dos advogados realizarem perguntas a testemunha em questão.

“Apesar de os advogados de Mirtes terem requerido, reiteradamente, informações acerca das distribuição das cartas precatórias para participar das audiências de instrução nas referidas comarcas, a escuta da testemunha acabou ocorrendo sem que fossem notificados”, diz a nota.

A situação demonstra as “dificuldades diárias de acesso à justiça e os entraves enfrentados por Mirtes para conseguir a responsabilização efetiva de Sari”, finalizam os advogados da mãe da criança. 

A morte de Miguel completa 1 ano no próximo dia 2 de junho. Ele morreu após cair do 9º andar de um condomínio de luxo da capital pernambucana, enquanto estava sob a tutela de Sari Corte Real, primeira-dama da cidade de Tamandaré (PE), que o deixou sozinho em um elevador. Mirtes Renata passeava com o cachorro da patroa no momento da queda.

Sari Corte Real foi denunciada pelo Ministério Público de Pernambuco por abandono de incapaz com resultado de morte. No dia da morte de Miguel, Sari foi presa em flagrante por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. Após pagar uma fiança de 20 mil reais, foi liberada.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.

O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.

Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.

Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo