Política

Professores USP Leste entram em greve após constatação de gás metano no campus

Cetesb sinalizou área onde há um ponto de concentração de gás metano, substância altamente inflamável. Empresa alega que não há risco iminente de acidentes, mas docentes exigem solução do problema

Professores USP Leste entram em greve após constatação de gás metano no campus
Professores USP Leste entram em greve após constatação de gás metano no campus
Campus da USP na zona leste de São Paulo, inaugurado em 2005
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São Paulo – Professores da USP Leste, campus Ermelino Matarazzo da Universidade de São Paulo, entraram em greve após a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) colocar uma placa em um ponto onde há concentração de gás metano, substância altamente inflamável. A atitude da Cetesb levou os docentes a paralisarem as atividades, por tempo indeterminado.

Em nota, a Cetesb informa que autuou a USP Leste no dia 2 de agosto “exigindo o cumprimento do que constava na licença de operação”. A empresa alega que a área não foi interditada e que não há risco iminente de acidentes.

A companhia detalha, ainda, uma série de exigências técnicas feitas para evitar um possível acidente no local, decorrente da concentração de gás metano. Está previsto, por exemplo, a realização de planos de investigação e interdição, mapeamento de locais com concentração de gases, sempre pautado pelos riscos que cada agente contaminante gera.

Para Adriana Tufaile, da diretoria da Associação dos Docentes da USP (Adusp), é necessário que a unidade da zona leste seja interditada porque a seu ver há risco de que o gás metano entre em combustão e cause um acidente grave. “Nós queremos que as exigências da Cetesb sejam cumpridas. Nós queremos transparência nas informações e queremos informações mais completas”, disse. Ela informou que cerca de 6 mil alunos estudam na unidade.

Em nota, a USP informa que o campus Leste – Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) – foi construído em área ambientalmente problemática. Em alguns locais dessa área, foram adicionadas terras de origem desconhecida que análises laboratoriais demonstraram que estariam contaminadas. A universidade declara que foi instaurada sindicância que definiu as ações em processo de avaliação e desenvolvidas.

“As exigências estão sendo cumpridas na medida do possível, levando em consideração os mecanismos de contratação de serviços por meio de processos licitatórios. Para permitir a gestão dessas atividades, a USP encontra-se, no momento, em processo de contratação de empresa ambiental especializada para a execução dos trabalhos na área”, destaca a nota.

A USP informou que a documentação referente às análises efetuadas – monitoramento, mapas e relatórios técnicos – e o andamento dos trabalhos foram entregues nos prazos solicitados à Cetesb e à diretoria da EACH. A assessoria de imprensa da EACH disse que a direção da unidade vai divulgar uma nota na tarde de hoje sobre a greve dos professores e as providências adotadas em relação à autuação da Cetesb.

*Reportagem publicada originalmente na Agência Brasil

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