Política

“Existem também escravos brancos, não apenas pretos”

Presidente do Sindicato dos Médicos do Ceará, José Maria Pontes, nega que ato realizado em Fortaleza fosse racista ou direcionado aos cubanos

“Existem também escravos brancos, não apenas pretos”
“Existem também escravos brancos, não apenas pretos”
Médicos cubanos são hostilizados e chamados de "escravos" pelos colegas brasileiros em Fortaleza
Apoie Siga-nos no

O presidente do Sindicato dos Médicos do Ceará, José Maria Pontes, negou nesta terça-feira 27 que o protesto realizado por médicos na segunda-feira 26, em Fortaleza, tivesse conotação racista ou mesmo que fosse direcionado aos médicos cubanos que vão participar do programa federal Mais Médicos.

Em entrevista ao site do jornal Zero Hora, Pontes afirmou que “em nenhum momento” a manifestação foi contra os médicos cubanos. De acordo com Pontes, o alvo eram os gestores responsáveis pelo Mais Médicos, considerado por ele uma “palhaçada”.

Confrontado com o fato de os médicos do Ceará terem gritado “escravos, escravos” para os médicos, negros, Pontes rebateu as acusações e disse que não havia “sentido pejorativo”. “Temos que esclarecer qual foi a intenção. Primeiro, existem também escravos brancos, não apenas pretos. O objetivo daquele grito era dizer que não aceitamos trabalho escravo, não aceitamos a exploração de profissionais”, afirmou. Pontes admitiu, entretanto, ter ficado preocupado com uma “má interpretação” dos gritos. “Aí comecei a puxar ‘Fora, Padilha! Fora, Padilha!’”.

De acordo com o presidente do sindicato, o que gera indignação por parte da categoria é o fato de os médicos participantes do Mais Médicos não serem submetidos ao Revalida, o Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos. “O Revalida não é exigido no programa Mais Médicos, colocando em risco a vida da população. É isso que não admitimos”, afirmou Pontes.

ENTENDA MAIS SOBRE: ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.

O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.

Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.

Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo