Política

Presidente do TSE defende suspensão de acordo com Serasa

Tribunal realizou acordo com empresa de crédito para repasse de informações cadastrais de 141 milhões de brasileiros

Presidente do TSE defende suspensão de acordo com Serasa
Presidente do TSE defende suspensão de acordo com Serasa
A ministra Cármen Lúcia defendeu a suspensão imediata da medida e afirmou não ter sido informada sobre o acordo
Apoie Siga-nos no

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) realizou um acordo de cooperação técnica de repasse de informações cadastrais de 141 milhões de brasileiros para a Serasa, empresa privada de análise de crédito. Segundo o jornal Estado de S.Paulo, a medida vale para quase todos os cidadãos maiores de 18 anos. Não há a possibilidade de vetar o repasse dos dados.

A medida foi publicada em 23 de julho no Diário Oficial da União, mas gerou polêmica sobre a sua legalidade e a violação da privacidade dos eleitores. Após a repercussão do caso, a presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, defendeu a suspensão imediata da medida e afirmou não ter sido informada sobre o acordo. “Por determinação da corregedoria-geral do TSE, tendo sido despachado pela ministra Nancy Andrighi, que foi sucedida no cargo pela ministra Laurita Vaz, restringindo-se essa matéria ao exclusivo cuidado da Corregedoria. Por isso, a matéria nunca foi levada ao conhecimento prévio da presidência do TSE ou aos demais ministros”, disse ao Estado.

Pela medida, o tribunal pode repassar os nomes dos eleitores, número e situação da inscrição eleitoral e informações sobre óbitos. O TSE também estaria livre para informar ou confirmar o nome da mãe dos cidadãos e a data de nascimento, para que a Serasa identifique de forma correta pessoas que tenham nomes iguais.

Cármen Lúcia quer que o acordo seja levado ao plenário do TSE, mesmo que o tema seja de responsabilidade da corregedoria-geral. “[Os dados são] um patrimônio do povo brasileiro e submetido ao TSE como órgão decisório maior. O TSE que vir a publico informar o que aconteceu e os cuidados. E isso certamente será feito pela corregedora-geral que é a responsável pela cadastro dos eleitores. O compromisso do TSE é de total transparência com a cidadania.”

Em nota, a Serasa afirma que não recebeu ou receberá a base de dados do TSE, pois as informações obtidas no convênio “são públicas e de natureza cadastral, podendo ser acessadas no site do TSE ou nos cartórios de registro de pessoas naturais, para verificação ou consulta, por todo e qualquer interessado”.

Segundo a empresa, o convênio tem como objetivo “a verificação de dados para evitar fraudes contra consumidores brasileiros e também facilitar o acesso do cidadão ao crédito”.

ENTENDA MAIS SOBRE: , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo