Política
Eu e Lula somos indissociáveis, diz Dilma
Presidenta disse que não pretende reduzir o número de ministérios e garantiu que Guido Mantega continua na pasta da Fazenda


A presidenta Dilma Rousseff disse, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, que ela e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva são “indissociáveis”. “Falar volta Lula e tal… Eu acho que o Lula não vai voltar porque ele não foi. Ele não saiu. Ele disse outro dia: ‘Vou morrer fazendo política. Podem fazer o que quiser. Vou estar velhinho e fazendo política’.”
Dilma, no entanto, não quis falar sobre sucessão presidencial. “Esses problemas de sucessão, eu não discuto. Quem não é presidente é que tem que ficar discutindo isso. Agora, eu sou presidente, vou discutir? Eu, não.”
Ela explicou ainda que “tem uma relação com o Lula que tá por cima de todas essas pessoas”. “Eu tô misturada com o governo dele total. Nós ficamos juntos todos os santos dias, do dia 21 de junho de 2005 [quando ela assumiu a Casa Civil] até ele sair do governo. Temos uma relação de compreensão imediata sobre uma porção de coisas.”
Questionada sobre uma possível reforma ministerial, a presidenta disse que não pretende reduzir o número de ministérios e negou qualquer mudança na pasta da Fazenda: “O Guido [Mantega] está onde sempre esteve, no Ministério da Fazenda”.
Pesquisas. Apesar de na quinta-feira 25 levantamento feito pelo Ibope para a Confederação Nacional da Indústria (CNI) ter mostrado queda de 26 pontos percentuais em um mês na aprovação da presidenta, de 71% para 45%, ela se recusou a falar sobre os números. “Não comento pesquisa. Nem quando sobe nem quando desce. Eu presto atenção. E sei perfeitamente que tudo o que sobe desce, e tudo o que desce sobe.”
Aos 65 anos de idade, a presidenta disse ainda não ter ficado assustada com os protestos que tomaram o País no mês de junho. “Ninguém, ninguém, quando conquista direitos, quer voltar para trás. Democracia gera desejo de mais democracia. Inclusão social exige mais inclusão”, concluiu.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.