Política

Polícia de Choque dispersa manifestantes concentrados perto de prédio de Cabral

Cerca de 400 pessoas estavam concentradas no Leblon, perto da casa do governador Sérgio Cabral. PM afirma que policiais foram atacados e reagiram com bombas de gás lacrimogêneo e spray de pimenta

A manifestação pacífica na esquina da Avenida Delfim Moreira com a Rua Aristides Espíndola, no Leblon, zona Sul do Rio, na noite de quinta-feira 4
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Rio de Janeiro – Cerca de 400 manifestantes, segundo a Polícia Militar (PM), que estavam concentrados na esquina de Avenida Delfim Moreira com a Aristides Espínola, no Leblon, perto da casa do governador Sérgio Cabral, foram dispersados no fim de ontem, quinta-feira 4, pela Tropa de Choque da Polícia Militar, depois de fecharam por cerca de uma hora e meia, a Delfim Moreira.

De acordo com a Polícia Militar, os policiais foram atacados e reagiram. Cerca de 100 policiais do Batalhão de Choque da PM, com bombas de gás lacrimogêneo e spray de pimenta, dispersaram os cerca de 400 manifestantes que protestavam contra o governo de Sérgio Cabral. Os manifestantes manifestantes incendiaram lixeiras e uma pilha de engradados de água mineral que estava perto do calçadão da Praia do Leblon, em resposta à ação da Polícia Militar.

O ex-cabo do Corpo de Bombeiros Andrei Carlos de Azevedo, expulso da corporação em 2011, disse que a Tropa de Choque dispersou os manifestantes na Avenida Delfim Moreira com bombas de efeito moral. “Alguns manifestantes correram para a praia e foram detidos pelos militares perto do Posto 10 do Corpo Marítimo de Salvamento, onde acabaram detidos. Integrantes da Comissão de Direitos Humanos da OAB [Ordem dos Advogados do Brasil], que observavam a manifestação, foram para o local para saber como está agindo a polícia.”

Vizinhos reclamam da ação da polícia
Segundo o engenheiro, Pedro Luiz, que mora a duas quadras do prédio de Cabral, a polícia agiu de forma “irresponsável e desordenada”. “Foi um horror. Os policiais usam esse gás lacrimogêneo em qualquer situação. Não existe critério para o uso dessa substância que é extremamente perigosa. Isso sem contar a total falta de organização da operação, sem nenhuma estratégia”, disse o morador.

O analista de sistema, Juan Perez, disse que estava na varanda do seu apartamento quando um cheiro forte de gás rapidamente invadiu sua residência. “Minha esposa começou a passar muito mal. O odor é muito desagradável. Esse tipo de coisa deveria ser proibida. Eu não vi quem começou a bagunça, mas esse tipo de conduta dos policiais prejudica moradores e pedestres.”

A Polícia Civil informou que seis pessoas foram detidas e levadas à Delegacia do Leblon. Cinco delas foram autuadas por tentativa de lesão corporal, por jogar pedras em policias, e uma por porte de drogas. Todos foram liberados sem pagamento de fiança. Houve registro de três policiais feridos.

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