Opinião
Biológicos, venenos e mineração na Amazônia
Olhão no ministro Ricardo ‘Passa a Boiada’ Salles
Formulações em farmácias de manipulação
Se indicados por profissional honesto, qualificado e com um pé inserido na agropecuária, os controladores fitossanitários biológicos teriam uma participação muito maior do que a atual entre os defensivos tóxicos.
Apesar de esforços contrários do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) em facilitar o registro dos biológicos, hoje em dia, na maior parte, desenvolvidos por empresas recentes e de menor porte, é claro o interesse crescente de grandes empresas fornecedoras de insumos agrícolas em entrar no segmento.
Não o fazem através recurso, vocação e pesquisa próprios. O sistema capitalista, quando equivocado e selvagem, entrega-lhes a opção de comprarem ações, totais ou majoritárias, de Startups, AgroBiotechs, até mesmo dos rotulados fundos de quintais, desde que vejam neles potencial de inovação a permitir-lhes nova roupagem mercadológica.
Somente neste ano contei mais de dez relatos de aquisições assim no segmento. Para perderem dinheiro não o será. E há empresas pequenas que sofregamente esperam que alguém apareça para dar-lhes tal graça. É quando paro e lembro de países da Europa, pequenos em extensão territorial, como Portugal, Espanha, Itália, que fazem parte importante de sua economia de especialidades pontuais, às vezes, artesanais, de suas expertises seculares. E vivem.
Ao nos acreditarmos grandes, entregamos nosso melhor. Quanto pagam para comprar nossa inventividade, não sei. O valor das aquisições não deve ser muito alto. Ouço de um grande técnico e pesquisador da ESALQ, Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (USP):
“Sobrevivência impossível, crescimento mais ainda, dinheirinho sobrante, compro alguns hectares e vou de soja, cana, um alambique de cachaça (orgânica, por que não?)”.
Amigos caboclos, caipiras, campesinos, fazendeiros, tabaréus, pensem mudar-se para a zona urbana, comprarem um trailer de fast-food, e venderem hot-dogs e hambúrgueres. Vai que consigam um espaço em Nova York, como certo zero o fez e quase virou embaixador. Antes, porém, precisam de um pai, inativo por quase 30 anos, que engane
um país e se eleja presidente.
LSD
“O LSD é comumente conhecido como “ácido”, mas seu nome científico é dietilamida do ácido lisérgico. A droga foi sintetizada pela primeira vez em 1938, a partir de uma substância química chamada ergotamina. A ergotamina, por sua vez, é produzida a partir de um fungo que cresce em grãos de centeio”.
No momento a droga é indicada para quem precisa acreditar que o projeto do governo de permitir a exploração das minas de potássio na Amazônia, nutriente essencial para a produção agrícola e de que importamos 90% do consumo brasileiro.
Não é esse o motivo. O que se quer é permitir a exploração de minérios em terras indígenas. Olhão no ministro Ricardo “Passa a Boiada” Salles.
Voltarei ao assunto. Assisti de perto essa pretensão de crime aos direitos indígenas e à nossa soberania e preservação de patrimônio em recursos naturais. Trata-se de projeto há mais de 30 anos no papel.
Inté!
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