Política
Alckmin rejeita redução da tarifa do transporte
Governador afirma que não vai recuar da medida diante das manifestações contra a elevação do preço das passagens


Horas antes de um novo protesto contra o aumento da tarifa de transportes em São Paulo, o governador do Estado, Geraldo Alckmin (PSDB), rejeitou a possibilidade de reduzir o preço das passagens. O tucano mantém a postura de que as reivindicações não podem ser atendidas e de que os protestos não são legítimos por conta da violência empregada por alguns dos manifestantes.
“O reajuste foi menor que a inflação, tanto no ônibus da Prefeitura quanto no metrô e no trem. O objetivo é que os ganhos de eficiência e produtividade sejam transferidos ao usuário do sistema. Não pretendemos voltar atrás dessa decisão”, afirmou Alckmin em Santos, litoral de São Paulo, segundo o portal G1.
De acordo com Alckmin, o tem ocorrido em São Paulo “não foi uma manifestação”. A” manifestação é legítima e não há nenhum problema. Outra coisa é você fazer depredação do patrimônio público, deixar um rastro de destruição por onde passa, prejudicando o usuário do sistema. Queimaram ônibus usados para transportar trabalhadores e famílias. As pessoas não devem responder ao governo pelo prejuízo causado, mas sim à população, que por meio dos impostos procura construir um sistema de transporte melhor”, afirmou.
O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), que tem falado muito pouco sobre a tensão na cidade, afirmou na quarta-feira 12 que a prefeitura também não tem intenção de fazer a redução. Segundo o petista, foi feito um “esforço orçamentário” em conjunto com os governos estaduais e federais para permitir um “reajuste muito abaixo da inflação”. “Nos últimos anos, os aumentos têm sido reiteradamente acima da inflação, e o nosso compromisso era de reverter essa tendência, o que nós de fato fizemos”, disse Alckmin.
Mediação do Ministério Público Alckmin e Haddad não se manifestaram oficialmente sobre a proposta de mediação feita pelo Ministério Público de São Paulo. Como prometido na quarta-feira 12, o MP enviou nesta quinta-feira 13 ao governo do Estado e à prefeitura uma proposta para que a elevação das tarifas seja suspensa por 45 dias. O MP conseguiu do Movimento Passe Livre, que tem convocado as manifestações, o compromisso de cancelar os protestos caso o aumento seja suspenso. Os promotores desejam acalmar os ânimos na cidade, mas a estratégia ainda não rendeu frutos.
O valor das passagens em São Paulo foi reajustado de 3 reais para 3 reais e vinte centavos no início de junho. Desde a quinta-feira 6, três grandes manifestações deixaram um rastro de vandalismo e violência policial na maior cidade do país.
Protesto online Nesta quinta-feira, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo distribuiu nota repudiando a invasão de seu site na internet, que teria sido executada por manifestantes que pedem redução da tarifa do transporte público. Até o momento, o autor da invasão não foi identificado. “A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo repudia o ato de vandalismo que resultou na invasão ao Portal da Educação, na madrugada desta quinta-feira (13/06), de autoria desconhecida. O fato gera prejuízo para mais de 4 milhões de alunos, 300 mil servidores, entre professores e funcionários da rede estadual de ensino paulista”, diz a nota.
Na madrugada de hoje, o site da secretaria passou a apresentar imagens e mensagens de apoio ao Movimento Passe Livre.
Com informações da Agência Brasil
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.