Política

Obras em Belo Monte serão retomadas

Índios mantêm ocupação, mas vão se reunir com o governo federal na quarta-feira 5

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Após quatro dias paralisados, os trabalhos no principal canteiro de obras da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu, no Pará, estão sendo retomados e deverão ser normalizados ao longo deste sábado (1º). A expectativa é da Norte Energia, empresa responsável pela construção e futura operação da usina.

Em nota divulgada esta tarde, a empresa informa que, tão logo os índios e representantes do governo federal chegaram a um acordo, os operários começaram a voltar aos seus postos de trabalho. Cerca de 4 mil dos 5 mil funcionários que trabalham no canteiro de obras Sítio Belo Monte, a cerca de 55 quilômetros de Altamira (PA), vivem em alojamentos erguidos no próprio local pelo Consórcio Construtor Belo Monte (CCBM).

Mais cedo, assessores do consórcio já haviam informado à Agência Brasil que, embora os índios permanecessem acampados no escritório central do canteiro, longe de áreas de produção, os trabalhos poderiam ser retomados sem riscos à segurança dos trabalhadores e dos próprios índios.

O acordo que possibilitou a retomada dos trabalhos foi fechado na quinta-feira 30 à noite. Após muita resistência, lideranças indígenas aceitaram a proposta do governo federal. Um grupo de índios viajará a Brasília na próxima quarta-feira 5 para se reunir com representantes da Secretaria-Geral da Presidência da República e dos ministérios da Justiça e de Minas e Energia. Os índios, no entanto, permanecerão no canteiro, pelo menos, até o dia do encontro. A decisão definitiva sobre deixar ou não o local vai depender do resultado da conversa com os representantes do Executivo. O transporte dos índios a Brasília vai ser custeado pelo governo federal.

A ocupação iniciada na madrugada dessa segunda-feira 27 foi a segunda ação indígena que levou o CCBM a paralisar os trabalhos no Sítio Belo Monte este mês. Desde o início das obras de construção da usina, em junho de 2011, manifestações indígenas e trabalhistas já provocaram um total de 94 dias de serviços parados, de acordo com o consórcio.

*Reportagem publicada originalmente na Agência Brasil

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