Política

Festival no Anhangabaú pretende fortalecer cultura urbana de São Paulo

“AnhangaBaú da FelizCidade” quer colocar paulistano para aproveitar os espaços da cidade reforçar manifestações contra Marco Feliciano na CDHM

Festival no Anhangabaú pretende fortalecer cultura urbana de São Paulo
Festival no Anhangabaú pretende fortalecer cultura urbana de São Paulo
"o AnhangaBaú da FelizCidade: Quanto vale ou é para todos?" acontece no sábado 4, com mais de 60 atrações musicais
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O sábado 4 de maio será de efervescência cultural no Anhangabaú. Com sete palcos, o AnhangaBaú da FelizCidade: Quanto vale ou é para todos? terá entre as suas atrações shows com Elza Soares, rap, artistas visuais, circenses, de teatro, dança e oficinas.

A iniciativa é colaborativa, encabeçada pelo coletivo Existe Amor em SP – que, desde outubro de 2012, vem realizando eventos culturais na cidade. As manifestações desta vez têm como alvo a indicação de Marco Feliciano para a Comissão Direitos Humanos.

“A gente quer incentivar as pessoas a discutirem as políticas culturais. É um alerta para como a cidade pode ser sempre, mesmo fora das Viradas. Uma ocupação cultural permanente dos espaços”, diz Nina Liesenberg, que compõe o Existe Amor em SP.

O evento é uma tentativa de alerta para a não criminalização dessas ocupações culturais. “Quando muda a gestão, também muda a maneira como as autoridades lidam com eventos feitos em praça pública. A gente espera que a prefeitura entenda a proposta, sem nenhum tipo de problema, já que estamos aproveitando de um direito constitucional”, diz Rebeca Lerer, que também participa da organização.

O recado da organização é claro: é possível fazer eventos culturais gratuitos em São Paulo que sejam tão bons quanto os eventos pagos e de grande estrutura. O grupo abraça a causa de provar que a cidade de São Paulo permite todo o tipo de evento e que não é preciso esperar o ano inteiro pela virada cultural para ocupar as ruas do centro de São Paulo, é possível descobrir e ocupar a cidade durante o ano inteiro.

“Quando você promove um evento desses coloca várias coisas em pauta. Também estamos promovendo a segurança pública, porque segurança não se constrói apenas com policiamento, é preciso que as pessoas estejam na rua, que se incentive a circulação pela cidade”, diz Rebeca.

A expectativa é que aconteçam mudanças no estilo da gestão e que as políticas culturais deixam de ser marginalizadas pela prefeitura.

Programado para acontecer no último final de semana, o festival precisou ser adiado por conta da infraestrutura montada pela CUT para a celebração do dia do 1º de maio, dia do trabalho. Com o tempo acrescido para a divulgação, a organização acredita que pode atrair ainda mais público. Até agora, são quase 10 mil pessoas confirmadas na página do evento no Facebook.

Serão seis palcos divididos pelo espaço: Palco Existe Fogo em SP, Palco Rap, Palco Rosa, Palco Rock&Meio, Palco Baratos e Afins e Palco Clamdestino. “Vemos o Vale como o grande cartão postal do centro da cidade, de todas as pessoas e de todas as classes. Ele tem uma vocação enorme para ser melhor aproveitado”, explica Rebeca.

O “Existe Amor em SP” surgiu no contexto das eleições municipais em São Paulo, como uma união espontânea daqueles que se preocupavam com o futuro da prefeitura, dado o contexto da candidatura de Celso Russomanno, do PRB. Em um primeiro momento, queríamos nos manifestar sobre o candidato Russonamno. Na época, acreditamos que ele aprofundaria todos os problemas e afundaria as chances de melhorarmos a convivência em São Paulo”, diz Rebeca. “A partir disso, vimos que tínhamos conseguido uma adesão interessante e que aquelas pessoas sentiam a necessidade de um diálogo. Vimos uma sinergia entre esses grupos, como Fora do Eixo, Matilha Cultura, Santa Fé, dentre tantos outros. “Foi essa iniciativa de diálogo que nos levou a formar o grupo.”

Esta é a primeira organização depois da sessão da Comissão Extraordinária de Direitos Humanos e Minorias presidida pelo cartunista Laerte Coutinho na última semana. Será a continuidade das mobilizações em torno da questão. Serão montadas mesas de debate sobre o tema.

O festival é totalmente produzido de maneira voluntária, colaborativa e sem fins lucrativos. A organização declara que não conta com patrocínio público ou privado.

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