Saúde
Saúde recua e manda reservar segunda dose de vacinas contra a Covid-19
Nova nota técnica cita a ausência de ‘um fluxo de produção regular’ para justificar a orientação, que contraria sugestão de Pazuello


O Ministério da Saúde elaborou uma nota técnica no âmbito do Programa Nacional de Imunizações na qual contraria uma recomendação feita na semana passada sobre a vacinação contra a Covid-19.
Durante reunião na Frente Nacional de Prefeitos, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, havia orientado os gestores locais a não reservar a segunda dose da Coronavac, utilizando todas as vacinas disponíveis para primeira aplicação.
Novo documento da Saúde, no entanto, pede que municípios guardem a segunda dose para aplicação da vacina em até 21 dias, “considerando que ainda não há um fluxo de produção regular.”
“Tendo em vista o intervalo entre a primeira dose e a segunda (2 a 4 semanas), e considerando que ainda não há um fluxo de produção regular da vacina, orienta-se que a segunda dose seja reservada para garantir que o esquema vacinal seja completado dentro desse período, evitando prejuízo nas ações de vacinação”, disse a pasta.
As orientações do ministério se referem a um novo lote da Coronavac. De acordo com a pasta, a chegada de 1,2 milhão de doses desse imunizante, distribuídas entre o fim de fevereiro e o início de março, e de 2 milhões de unidades da vacina de Oxford vai permitir a vacinação de outros grupos prioritários: “Serão priorizadas pessoas de 85 a 89 anos, pessoas de 80 a 84 anos, 3.837 indígenas e 8% dos trabalhadores da saúde”.
“Destarte, essa pauta prevê um total de 1,2 milhão de doses da Vacina Sinovac/Butantan, correspondente à entrega das D1 (dose 1) e D2 (dose 2) do esquema vacinal e 2 milhões de doses da Vacina AstraZeneca/Fiocruz correspondente à entrega da D1”, aponta ainda o informe técnico da Secretaria de Vigilância em Saúde.
A Saúde também afirmou que a Campanha Nacional de Vacinação contra a Covid-19 alcançou, até o momento, 73% dos trabalhadores da saúde, além de todos os idosos acima de 90 anos, a população indígena aldeada, além das pessoas com deficiência e acima de 60 anos institucionalizadas.
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