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Lira é contra CPI para investigar condução de Bolsonaro e Pazuello na pandemia
Presidente da Câmara dos Deputados defendeu a gestão do Ministério da Saúde, mas criticou a comunicação do comandante da pasta
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que esta não é a hora de abrir uma CPI para investigar a condução do governo federal no combate à pandemia.
“Eu tenho certeza de que não é [a hora]. Por todas as informações que nós temos, se ela for focada no Amazonas, não vai pegar o ministério. Vai pegar o governador, o prefeito, o gestor que fez besteira, o outro que furou a fila, que desviou dinheiro”, disse em entrevista ao jornal O Globo.
“A gente vai parar o Congresso para falar de uma CPI para analisar quem está errando e para tudo. É sem cabimento, na minha visão”, acrescentou o deputado.
No início do mês, senadores protocolaram um pedido de instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar a omissão do governo de Jair Bolsonaro no combate à pandemia do novo coronavírus.
Além do autor, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), outros 29 senadores assinaram o pedido. Para solicitar a abertura de uma CPI, são necessárias 27 assinaturas.
Em entrevista ao canal de CartaCapital no Youtube, Randolfe, que é líder da oposição no Senado, afirmou que essa “não é uma CPI para investigar o governo, mas para investigar omissões criminosas”. Segundo ele, “nunca foram tão declaradamente criminosas, por dolo, por omissão, como as que estão acontecendo no País. Temos um verdadeiro genocídio”.
Ao Globo, Lira ainda defendeu a gestão do Ministério da Saúde, mas criticou a comunicação do general Eduardo Pazuello.
“O ministro Pazuello se comunica muito mal. Eu costumo dizer que, se a gente tivesse o Mandetta comunicando e o Pazuello trabalhando, a gente tinha a dupla ideal. Quando você conversa com prefeitos e governadores, prefeitos de capitais, ninguém se queixa do Ministério da Saúde. Agora, se comunica muito mal. Para essa questão da vacina e do vírus, nós não temos uma receita de bolo. Você não pode ser condenado porque foi de um jeito ou de outro. Precisa trabalhar todo mundo junto”.
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