CartaExpressa
Governo Bolsonaro gasta 13 milhões com publicidade de remédios ineficazes contra a Covid-19
Maior contrato firmado por agência foi com a RecordTV; governo confirma valores


O governo de Jair Bolsonaro já gastou 6,1 milhões de reais para fazer propaganda do chamado ‘tratamento precoce’ da Covid-19, baseado em medicamentos ineficazes contra a doença. Os repasses, no entanto, devem atingir a cifra de 13 milhões de reais, segundo o site Congresso em Foco.
O montante foi pago à agência Calia/Y2, responsável pelas peças e pela negociação da veiculação em emissoras de rádio e TV e em espaços de mídia exterior.
De acordo com o site, a RecordTV é responsável pelo contrato mais caro: a Calia/Y2 embolsou 1,31 milhão de reais para exibir a campanha na emissora, com alcance nacional. O grosso das notas fiscais ligadas à campanha, no entanto, se refere a propagandas em emissoras de rádio: 158 das 259.
O Ministério das Comunicações confirmou os números divulgados e afirmou que os valores recebidos pela agência não contemplam nem 50% do esperado para a campanha.
“Considerando o valor total estimado para a campanha, espera-se que a agência de publicidade ainda encaminhe documentos fiscais e comprovantes referentes a cerca de R$13 milhões”, informou em nota a Secretaria de Comunicação. A campanha publicitária foi produzida pelo Ministério da Saúde, mas recebeu ‘reforço’ Secretaria de Comunicação da Presidência da República.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.