Política
PF abre inquérito contra Pazuello para investigar possível omissão em Manaus
O general será notificado e terá de prestar depoimento; apuração foi autorizada pelo ministro Ricardo Lewandowski, do STF


A Polícia Federal abriu inquérito nesta sexta-feira 29 para investigar possível omissão do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, no colapso do sistema de saúde em Manaus, marcado pela escassez de oxigênio nos hospitais em meio ao avanço da Covid-19. O ministro ainda será notificado da decisão e terá de prestar depoimento à PF, em data a ser agendada.
A autorização para a abertura do inquérito foi concedida na segunda-feira 25 pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Ricardo Lewandovski.
O ministro atendeu a um pedido da Procuradoria-Geral da República feito no sábado 23 e estabeleceu que o inquérito deve ser concluído em até sessenta dias.
Na manifestação enviada ao STF, o procurador-geral da República, Augusto Aras, afirma “existirem indícios de que a pasta comandada pelo representado teria sido alertada com antecedência por uma fornecedora de oxigênio hospitalar de que faltariam, no mês de janeiro de 2021, cilindros com o gás comprimido nos nosocômios da capital do Estado do Amazonas”.
A PGR cita também que a Saúde informou ter distribuído 120 mil unidades de hidroxicloroquina, medicamento sem eficácia no tratamento contra a Covid-19, dias antes de o sistema de saúde da capital amazonense entrar em colapso.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.