Sociedade

Durante jogo, PM assiste à depredação em Curitiba

Polícia Militar paranaense esperou e deixou manifestantes chegarem à zona delimitada pela Fifa antes de reprimi-los; 11 foram detidos

Manifestantes protestam contra a Copa em Curitiba
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No centro de Curitiba, cinco adeptos da tática black bloc tentavam quebrar a fachada de uma agência bancária na tarde desta segunda-feira, 16. As pedras batiam no vidro e voltavam, causando somente fissuras nele.

Diante disso, um pedestre correu até um grupo de dez policiais militares que estava próximo ao local e pediu sua intervenção. Em resposta, um policial gritava: “Vai lá você, se é corajoso então, v…”.

Durante o primeiro jogo da Copa do Mundo na capital paranaense, entre Irã e Nigéria, a polícia militar agiu de forma distinta das de outras cidades que tiveram protestos em jogos da Copa até agora. A PM paranaense só entrou em ação após os manifestantes chegarem à zona de exclusão da Fifa.

Os policiais permitiram que o protesto chegasse até o limite da área onde somente os moradores da região e os portadores de ingresso poderiam entrar. Em São Paulo, Belo Horizonte e no Rio de Janeiro, os manifestantes foram reprimidos bem antes da zona delimitada.

Até o momento em que se deparou com a linha de policiais que guardavam a região, o ato contava com cerca de duzentas pessoas. Depois, parte dos manifestantes se dispersou, e cerca de 40 deles quebraram agências bancárias e estações de ônibus.

No trajeto de 500 metros em que isso acontecia, a polícia somente observou. Mais de dez carros da Tropa de Choque chegaram posteriormente, quando eles já estavam no calçadão da Rua XV, principal área de comércio da cidade.

Onze manifestantes foram presos, levados por policiais à paisana   –e que se negaram a se identificar para a reportagem e para defensores públicos que estavam no local.

Entre os presentes, muitos deles adeptos da tática black bloc, estava uma senhora que carregava uma faixa em que se lia: “Esta Copa do Mundo é o futebol contra o Brasil”. Ao cantar o hino nacional mais de uma vez, foi hostilizada pelos demais manifestantes.

O protesto se dispersou completamente com as detenções. No local, a defensora pública Camile Vieira criticou a ação da polícia. “Manifestantes foram imobilizados quando não havia necessidade, e alguns foram jogados no chão de forma arbitrária”, afirmou. Para o chefe da operação, Tenente Capitão Lee,  a ação da policia foi exemplar. “Não era o momento (de agir), pois nós não chegamos a flagrar o pessoal. Quando tivemos as imagens (de depredação), só então nós agimos.

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